Análise microbiológica: a importância dos processos de purificação da água que você consome

Você já se perguntou qual a importância da verificação da qualidade da água que consumimos? Isso  é um aspecto importante para a saúde pública, por estar relacionada à sua carga microbiológica e a suas características físicas e químicas. O controle de qualidade desse recurso deve ser feito, portanto, considerando-se todas as suas propriedades.

Para saber se ela é própria para o consumo, do ponto de vista microbiológico, é preciso ficar atento às especificações da análise microbiológica, já que é somente assim que se pode garantir que ela não está contaminada por organismos nocivos.

O exame feito em laboratório pelas companhias de abastecimento aponta para a possibilidade de ela conter microrganismos patogênicos. Isso são fatores de riscos para diversas doenças e ocasionar desidratação, desnutrição e internações hospitalares, por exemplo.

Para determinar se a água é própria para consumo humano, deve-se seguir diversos testes, estabelecidos pela Portaria de Consolidação nº5 de 28/09/2017, anexo XX do Ministério da Saúde/Anvisa. Esses testes têm como base parâmetros físicos, químicos e biológicos. No total, são aproximadamente 100 parâmetros preestabelecidos. Os principais são: turbidez, cor da água, presença de micro-organismos e pH, entre outros. A partir daí são elaborados laudos que embasam a tomada de decisões.

“O tratamento de água no Brasil é realizado em Estações de Tratamento de Água (ETA), que adotam procedimentos como clarificação, desinfecção, fluoretação e correção de pH”, afirma Henrique Fragoso dos Santos, professor de biologia marinha .Segundo ele, a clarificação visa a remover sólidos suspensos na água com a ajuda de produtos químicos, como o sulfato de alumínio. Em seguida, ocorre a etapa de sedimentação e, por fim, a filtragem, para a remoção das partículas que não foram eliminadas na sedimentação.

O processo de purificação da água continua com a fluoretação, etapa em que se adiciona flúor para a prevenção de cáries. Finalmente, procede-se à correção do pH, para que a água fique dentro dos padrões estabelecidos e de que seja minimizado o seu efeito corrosivo. No entanto, dependendo da qualidade da água a ser tratada, alguns outros processos podem se fazer necessários, o que pode tornar o tratamento muito mais dispendioso. Por isso é tão importante preservar os mananciais: quanto pior a qualidade da sua água, mais difícil e mais caro será o tratamento nas ETAs.

No Brasil, de acordo com Portaria de Consolidação nº5 de 28/09/2017 do Ministério da Saúde/Anvisa, a água é considerada potável e, portanto, inofensiva para a saúde do homem, sob o ponto de vista microbiológico, somente quando uma sua amostra de 100 mL se mostrar isenta de

Hoje, 74% dos brasileiros têm acesso a água tratada, e os investimentos das companhias de abastecimento são constantes para ampliar esse índice. Em todo o mundo, a água contaminada, associada à falta de saneamento básico, mata cerca de 1,6 milhões de pessoas por ano. Segundo o Ministério da Saúde, em 2017, o custo do tratamento de doenças transmitidas por águas impróprias para o consumo, no Brasil, foi equivalente a US$ 2,7 bilhões.

FASES

A água passa por várias etapas de tratamento até chegar ao consumidor. No entanto, são necessários alguns cuidados também em casa, como com a tubulação. Uma tubulação enferrujada ou quebrada pode provocar uma contaminação na água que chega até as torneiras.

Segundo Izabel Cristina de Ernesto, química e gerente do Departamento de Controle da Qualidade dos Produtos Água e Esgoto, e Ligia Marino, bióloga e supervisora do Laboratório de Microbiologia (ambas integrantes da Câmara Técnica de Controle de Qualidade – CTCQ – da Aesbe), a importância da análise microbiológica se dá em razão de micro-organismos patogênicos. “Entre esses micro-organismos estão os coliformes totais e a Escherichia coli, os quais assumem um papel importante como indicadores no processo de tratamento” afirmam as especialistas. O grupo de coliformes totais é considerado como indicador da qualidade da água na saída do tratamento e da integridade do sistema de distribuição. Já a presença da Escherichia coli na água a ser captada para tratamento indica poluição fecal recente.

As companhias de saneamento que realizam o tratamento e a distribuição da água são responsáveis pela qualidade do seu produto até a sua entrega ao cliente. Depois disso, já nas residências, a responsabilidade passa a ser do consumidor. “Em casa, é fundamental manter as instalações hidráulicas em boas condições e realizar a limpeza das caixas d’água a cada seis meses”, destacaram as profissionais da Sabesp. O ideal é sempre consumir uma água que tenha passado por um tratamento que remova as suas impurezas e a torne própria para o consumo.

 

 

 

 

 

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