CASAN e Prefeitura de Florianópolis lançam edital para recuperar balneabilidade da Beira-Mar Norte

Com a presença de lideranças políticas, empresariais e comunitárias, foi assinado na manhã do último dia 11, um edital para recuperação da balneabilidade da Baía-Norte, em Florianópolis.

O projeto é uma ação conjunta entre Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (CASAN) e Prefeitura Municipal. A meta é tornar balneável − ainda em 2018 − a região da Beira-Mar Norte, em uma extensão de três quilômetros e meio, entre a Guarnição de Buscas e Salvamento do Corpo de Bombeiros (próximo à Ponte Hercílio Luz) e a Ponta do Coral.

Semelhante ao bem-sucedido processo que está ajudando a recuperar o Rio do Braz, no Norte da Ilha, a ação voltada à Baía Norte está focada no controle dos poluentes conduzidos pela rede de drenagem (a rede de águas das chuvas).

“Temos atualmente R$ 400 milhões de investimentos somente em Florianópolis, e este projeto será a cereja do bolo em termos de qualidade de vida na Capital”, destacou o diretor-presidente da CASAN, engenheiro Valter Gallina.

Realizado no Gabinete do prefeito Gean Loureiro, o ato foi acompanhado por representantes do Movimento Floripa Sustentável, Associação Floripa Amanhã, Sindicato dos Engenheiros no Estado de Santa Catarina, Sindicato da Indústria da Construção, Associação Comercial e Industrial de Florianópolis, secretários municipais e vereadores. Diretores, gerentes e engenheiros do quadro técnico da CASAN também participaram do momento que marca o início de desenvolvimento do projeto.

O plano de trabalho contempla a instalação de uma Unidade Complementar de Recuperação Ambiental (URA) junto à Estação Elevatória da CASAN na Avenida Beira-Mar (área conhecida como Bolsão). A URA Beira-Mar vai tratar a água contaminada da rede de drenagem e lançar ao mar efluente livre de coliformes fecais. O equipamento terá capacidade de tratar até 150 litros por segundo, o equivalente a quase 13 milhões de litros por dia.

O projeto prevê também que cada uma das saídas da rede de drenagem pluvial (tubulações de cimento) receberá um sistema próprio de captação e bombeamento. Serão, assim, cerca de 15 a 20 pequenas estações elevatórias conduzindo a mistura de chuva com esgoto até a URA Beira-Mar. Desinfetada e clarificada, a água será lançada na Baía Norte.

“Fico tranquilo com a consistência da apresentação feita aqui nesta manhã. É um projeto que nos trará o resgate de uma área muito importante, proporcionará uma cidade para todos e de frente para o mar”, disse o prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro. “É uma ação que favorece a cidade, e uma das provas disso é a presença de das entidades aqui neste momento”, complementou o prefeito.

O empresário Fernando Marcondes, representante do Floripa Sustentável, se disse emocionado com o anúncio de que a área central da Beira Mar Norte estará despoluída no Verão 2019.

“Estou emocionado, pois hoje é um dia histórico. Depois de 300 anos degradando esta Ilha, estamos fazendo algo para recuperar”, disse. “Há inclusive quem diga que esta obra é mais importante do que a recuperação da ponte – Hercílio Luz”. O empresário ressaltou os reflexos sociais do investimento, ao dar oportunidade aos moradores da área central de ir ao mar sem ter de encarar o trânsito difícil da Ilha, e os efeitos econômicos que a despoluição trará, com a aceleração da implantação de uma marina naquela região. “Vamos, enfim, transformar Florianópolis numa cidade náutica”, previu.

Falando em nome da Câmara Municipal, o vereador Tiago Silva (PMDB) disse que tornar balneável a área central da Beira Mar Norte “é a obra mais importante e aguardada de Florianópolis nos últimos anos”. O vereador fez questão de lembrar “a importância do benefício social” da Unidade Complementar de Recuperação Ambiental (URA) Beira Mar, já que as comunidades carentes dos bairros poderão ter acesso mais fácil à praia. “Os moradores do Morro poderão usufruir desta praia”, comentou. Tiago disse, por fim, que não pode ser esquecido o valor econômico e turístico do empreendimento: “Vamos ter um outro olhar para o turismo: as marinas serão uma realidade”, finalizou.

Poluição da Baía é localizada

Apesar de a área central de Florianópolis contar com 100% de rede de coleta e tratamento de esgoto, diferentes fatores ainda causam a poluição da praia. Entre eles, a ocupação desordenada e o altíssimo adensamento urbano. Para agravar, CASAN e Prefeitura estimam que cerca de 50% dos imóveis da região apresentam alguma irregularidade na instalação com a rede coletora de esgoto.

“Esse conjunto de fatores faz com que os canais pluviais arrastem com a água da chuva uma alta carga de esgoto, gerando a contaminação que impede o banho de mar na zona mais populosa da Capital”, explica o diretor-presidente da CASAN, engenheiro Valter Gallina. “A rede de esgoto instalada resolve o problema sob o ponto de vista sanitário, mas não permite a balneabilidade.”

Análises realizadas pelo Laboratório de Efluentes da CASAN para monitoramento da Baía Norte apresentam resultados que deram suporte ao projeto de despoluição da região. Esse acompanhamento mostra que a menos de 200 metros da areia da praia a água se apresenta dentro dos parâmetros de balneabilidade da FATMA.

Essa boa condição da água comprova que a poluição da Baía está localizada nas galerias de água da chuva. “Solucionado estes focos, a balneabilidade poderá ser recuperada”, complementa o engenheiro Alexandre Trevisan, da Gerência de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da CASAN.
O projeto está orçado em R$ 24,5 milhões e deverá permitir que o sistema de captação, elevatórias e a Unidade Complementar de Recuperação Ambiental (URA) estejam em operação antes do início do Verão 2019.

 

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