Estadão
20/03/2020

Menos evidente do que a Bolsa, o mercado de debêntures, no qual empresas buscam dinheiro emitindo papéis de dívida tanto para conduzir seus negócios e quanto para investir, também está sob forte pressão. Na compra e venda secundária, os papéis perderam valor e parâmetros de negociação, com o impacto nas companhias provocado pela paralisação dos setores produtivos. Os investidores passaram a exigir maior retorno para comprar debêntures. Em alguns casos, o valor de referência deixou de existir. Com isso, as emissões de novos papéis, previstas para acontecer a partir de março, estão sendo deixadas de lado ou operações sendo fechadas tendo os próprios bancos como compradores.

Vida segue. O ambiente tornou também algumas conversas difíceis. Entre elas, as sobre emissões que tinham garantia de colocação no mercado pelos bancos coordenadores. Isso significa que as instituições têm obrigação de adquirir papéis que os investidores não quiserem comprar. Um desses casos é a emissão de R$ 800 milhões em debêntures da Movida, que tinha R$ 600 milhões com garantia firme. Até aqui, as informações são de que a colocação, com esforços restritos, está mantida.

Na fila. As empresas de saneamento Sabesp e Sanepar tinham emissões de debêntures com processos de venda em andamento. A Sabesp pretendia captar R$ 1 bilhão com emissão de debêntures e a Sanepar, R$ 350 milhões. Procurados, Sabesp e Sanepar não responderam e Movida não comentou.