Folha de São Paulo
19/12/2019

Por Francisco Góes e Juliana Schincariol

Nossa medição de sucesso é o impacto na vida do brasileiro, diz presidente do BNDES

Por Francisco Góes e Juliana Schincariol — Do Rio 19/12/2019 05h01 Atualizado Saneamento e gás natural estarão entre os principais focos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) nos próximos anos. Ontem, na apresentação do Plano Trienal 2020-2022, o presidente da instituição, Gustavo Montezano, afirmou que o banco voltou a ser “um protagonista na cena de definição de política econômica nacional”, com destaque na agenda de PPPs, concessões e privatizações.

Para Montezano, o BNDES está atuando como um hub de negócios para o Estado brasileiro e está apto a receber e apoiar os interessados em investir em projetos de infraestrutura e saneamento, entre outros, “que, além do retorno financeiro, estejam buscando retorno sociais, ambientais e de desenvolvimento da população”.

Ele ressaltou que historicamente o BNDES mede seu sucesso por parâmetros como desembolso e lucro. “Com a tecnologia avançando, os mercados de capitais evoluindo, as políticas públicas mudando, chegou a hora de mudar isso. A partir de agora nossa medição de sucesso é o impacto na vida do brasileiro”, afirmou Montezano. “Quanto o banco está desembolsando ou fazendo de lucro é secundário. Importa quantas pessoas têm acesso a saneamento, quantas crianças estão na escola, qual a produtividade do país, qual é o preço do gás, qual é a preservação das florestas”, acrescentou.

O superintendente de planejamento do BNDES, Pedro Iootty, disse que o banco continuará atuando na área de crédito, mas vai se comprometer com metas de entregas à sociedade. “Em energia, por exemplo, nos comprometemos com mais 2 gigawatts de expansão de energias renováveis. Em três anos, estamos nos comprometendo em aumentar em 10%.”

Entre as projeções do BNDES para os próximos três anos, está a estruturação de projetos que venham a dar acesso a saneamento a 20 milhões de pessoas que atualmente não são atendidas. Em iluminação pública, é prevista a formatação de projetos que levem o serviço a 14 milhões de pessoas.

A diretoria do banco elencou as principais iniciativas sociais. Além das já citadas, há apoio à estruturação de empreendimentos que promovam a gestão privada em portos, abrangendo 30% das trocas comerciais nacionais e a extensão de rodovias concedidas para 20 mil quilômetros, sendo 16 mil adicionais; e apoio à formação de cinco fundos imobiliários.

Ainda na lista de entrega para a sociedade, o BNDES frisa que há previsão, na área de crédito, para expansão da rede de distribuição de gás natural em 1,6 mil quilômetros; para extensão de trechos implantados, duplicados ou modernizados de 2,5 mil quilômetros em ferrovias e de 5 mil quilômetros em rodovias; para atender uma demanda por novos sistemas em mobilidade urbana de 1 milhão de usuários por dia útil; além da ampliação em 5,5 milhões do número de habitantes em domicílios com acesso às redes de esgoto e em 900 mil nas redes de água.

O banco também estima que até 2022 poderá beneficiar 1 milhão de alunos por meio de instrumentos financeiros elaborados pelo BNDES, além de apoiar com crédito a construção ou modernização de 150 unidades de saúde que atendem o SUS e 20 projetos que melhorem a eficiência dos serviços de inteligência nos municípios mais violentos do país.