Estadão
28/05/2021

Por Márcia De Chiara

Apesar do baixo volume de chuvas, o nível dos reservatórios que atendem a região metropolitana está em 56%, considerado seguro; restrição da oferta de água é maior nos municípios de Franca e São José do Rio Preto

O alerta da pior seca dos últimos 111 anos prevista até setembro não afeta, no momento, de forma generalizada o abastecimento de água potável no Estado de São Paulo. Há problemas, no entanto, em alguns municípios do Noroeste e Nordeste paulista, mas, segundo a Sabesp, companhia responsável pelo abastecimento de água no Estado, são casos pontuais e de fácil solução.

Ontem, a média dos oito reservatórios que abastecem a Região Metropolitana de São Paulo, era de 56,1%. É  uma marca equivalente à registrada nesta mesma época do ano em 2018, quando não houve problemas de falta de água potável para a população.

“Gostaria de ter 60%, 65%, claro, mas esse nível neste momento não é preocupante, estamos tranquilos”, afirmou o diretor-presidente da Sabesp, Benedito Braga. Ele destacou que, por enquanto, não prevê necessidade de racionamento de água na Região Metropolitana de São Paulo.

Além do nível dos reservatórios não ser preocupante, ele argumenta que, após a crise hídrica de 2014, a população está usando a água de forma mais racional. Na época, o consumo médio na Região Metropolitana era de 72 mil litros por segundo. Hoje está entre 62 e 63  mil litros por segundo. “Precisamos focar que as pessoas  mantenham esses bons hábitos de consumo e façam um esforço a mais nesse sentido.”

Se a população atender ao chamado para continuar economizando água, o executivo acredita que a infraestrutura implementada pela companhia desde 2014 será suficiente para garantir o abastecimento de pessoas, comércio e indústria.

Gargalo

Apesar da situação tranquila na Região Metropolitana São Paulo, Braga admite que há  restrições severas  na oferta de água em algumas regiões do Estado, como nas áreas dos municípios de São José do Rio Preto e Franca. Mas, na sua avaliação, são restrições pontuais.

Neste caso, o executivo argumenta que a ampliação da oferta de água pode ser  resolvida com pequenas obras, como abertura de poços de captação, além de campanhas de conscientização do uso racional da água.  Boa parte do interior paulista usa água do aquífero Guarani, que segundo Braga, reúne recursos hídricos suficientes para atender a população sem problemas.