Diário de Pernambuco
07/11/2019

Por Rosália Rangel

Gestores fizeram críticas a alguns pontos específicos do projeto durante reunião do consórcio no Recife

Anfitrião, Paulo Câmara falou em nome dos demais chefes dos Executivos estaduais

A pesar dos governadores do Nordeste, reunidos ontem no Palácio do Campo das Princesas, apresentarem a primeira ação de gestão do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável do Nordeste, a conclusão da licitação na área de saúde, os gestores aproveitaram o momento para criticar o novo pacote econômico apresentado pelo governo federal na terça-feira. A reunião durou cerca de quatro horas. No final, os governadores divulgaram a Carta do Recife, com a apresentação dos temas discutidos no encontro.

Dos nove itens colocados no texto, em três eles se posicionaram contra a forma que o governo federal vem tratando o problema do surgimento das manchas de óleo nas praias da região e também em relação ao marco regulatório do saneamento, que está sendo discutido no Congresso. Os governadores avaliam que existem distorções no texto aprovado no Senado, que, segundo eles, foi modificado na Câmara. Em outro ponto, os governadores criticaram duramente a PEC de mudança do Pacto Federativo, afirmando

que “o governo federal insiste no modelo de tratar questões fundamentais sem estabelecer minimamente uma discussão prévia tão salutar na construção dos consensos necessários para o nosso país”.

Nos outros cinco pontos, os gestores abordam proposições do Consórcio, que faz uma gestão paralela ao governo federal, onde incluem a licitação conjunta da saúde, que vai gerar uma economia de mais R$ 50 milhões na compra dos 10 tipos de medicamentos que foram licitados. “Isso mostra que essa forma de fazer gestão do Consórcio já está surtindo resultados importantes. O Nordeste tem buscado, efetivamente, contribuir para ajudar o Brasil a sair da crise, dando opiniões para o país avançar nas pautas federativas”, ressaltou o governador Paulo Câmara (PSB), em entrevista no final do encontro. Também já estão sendo finalizadas licitações envolvendo os setores da saúde, educação e segurança. Já sobre o conjunto de PE- Cs apresentadas, o socialista, que falou em nome do grupo, afirmou mais uma vez a insatisfação dos gestores por não serem ouvidos para discutir ações anunciadas pelo governo federal. “São medidas que precisam ser debatidas, e não fomos chamados para discutir temas que foram apresentados ao Congresso. Agora, iremos nos debruçar sobre eles para saber quais são os impactos e as contribuições que podem ser dadas para melhoraria do Estado brasileiro”, observou.

Paulo Câmara salientou, ainda, que será necessário observar essas questões, analisando que elas podem impactar no setor público e na oferta dos serviços oferecidos à população, principalmente os mais vulneráveis.