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27/04/2021

Microplásticos do oceano estão sendo transportados pelo vento e poluindo nosso ar, de acordo com um novo estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.

De dezembro de 2017 a janeiro de 2019, pesquisadores da Cornell University coletaram dados de microplásticos atmosféricos do oeste dos Estados Unidos. Eles descobriram que 84% dos fragmentos microscópicos vieram da poeira da estrada, cerca de 11% vieram da pulverização atmosférica do mar e 5% foram derivados da poeira do solo agrícola.

Os pesquisadores destacaram que esses 11% da pulverização do mar são particularmente alarmantes.

Tendo analisado a origem dessa poluição, os pesquisadores descobriram que a ação oceânica transforma os resíduos de plástico no oceano em partículas de tamanho mícron, onde o vento os transporta para a atmosfera.

Natalie Mahowald, professora de engenharia em Cornell University e principal autora do estudo, disse:

‘Encontramos uma grande quantidade de poluição de plástico em todos os lugares que olhávamos; ele viaja na atmosfera e se deposita em todo o mundo. Este plástico não é novo, deste ano. É do que já despejamos no meio ambiente ao longo de várias décadas. Fizemos a modelagem para descobrir as fontes, sem saber quais poderiam ser as fontes.”

Segundo Natalie, é incrível que esse tanto plástico esteja na atmosfera nesse nível e, infelizmente, se acumulando nos oceanos e na terra, e apenas recirculando e se movendo para todos os lugares, incluindo lugares remotos.

Contaminação

Usando a melhor estimativa de fontes de plástico e vias de transporte modeladas, a maioria dos continentes são importadores líquidos de microplásticos do ambiente marinho. Isso ressalta o papel cumulativo da poluição herdada na carga atmosférica do plástico.

“Microplásticos estão pousando e se acumulando em todos os tipos de lugares, não apenas nas cidades ou nos oceanos. Estamos encontrando microplásticos em parques nacionais”, complementa a autora do trabalho.

Vale lembrar que a poluição do ar por pneus de carro pode ser até 1.000 vezes pior do que por um escapamento, sugeriu uma pesquisa da Emissions Analytics.

Fonte: Environment Journal.