Valor Econômico
10/07/2020

Por Mariana Ribeiro

PDVs e desestatização levaram a queda do total de empregados

Com processos de desestatização e programas de desligamento voluntário, o quadro de pessoal nas empresas estatais federais teve uma redução de 3,7% em 2019 em relação ao ano anterior. O número de empregados, que estava em 494,9 mil em 2018, caiu para 476,6 mil no final do ano passado. Foram 18,3 mil cortes no período.

Segundo informações do 13º Boletim das Estatais Federais, divulgado ontem pelo Ministério da Economia, cerca de 3,5 mil desligamentos foram motivados por desestatizações realizadas no período. “O restante foi, em grande parte, resultado da implementação de programas de desligamento voluntário de empregados (PDVs), cuja estimativa de economia na folha de pagamentos é da ordem de R$ 2,10 bilhões”, diz o documento.

A redução foi mais expressiva nos Correios, onde 5,9 mil empregados foram desligados em um ano, uma queda de 5,6%. No Banco do Brasil (BB) foram 4,2 mil cortes, queda de 4,2%.

Segundo a série histórica disponibilizada pelo ministério, que começa em 2006, o quadro de pessoal atingiu seu ponto mais alto em 2014, quando eram 552,8 mil pessoas. Desde então, tem havido um processo de redução no número de empregados. Considerando só as estatais dependentes de recursos do Tesouro Nacional, por outro lado, o número de empregados subiu de 77,2 mil em 2018 para 78,9 mil no ano passado.

De acordo com o documento, as estatais federais registraram lucro líquido de R$ 109,1 bilhões em 2019, alta de 53% sobre o ano anterior, quando ficou em R$ 71,3 bilhões. O resultado é o maior desde 2008.

No ano passado, as empresas dependentes registraram resultado negativo de R$ 1,8 bilhão (ante lucro de R$ 1,1 bilhão em 2018). Ao mesmo tempo, as empresas do setor produtivo tiveram lucro de R$ 51,9 bilhões (contra R$ 39,2 bilhões no ano anterior) e as do setor financeiro, de R$ 59 bilhões (ante R$ 31 bilhões em 2018).

No ano passado, os investimentos autorizados somaram R$ 127,5 bilhões. Desse total, no entanto, só 45,7% foram executados. No ano anterior, o percentual foi maior, de 64,5%.

De acordo com o boletim, existiam 200 empresas estatais no final de 2019, sendo 46 de controle direto e 154 de controle indireto. Dentre as de controle direto, 18 eram dependentes. Em 2018, o país tinha 209 estatais