Mesmo nas cidades brasileiras que já adotaram o fechamento rígido de suas atividades econômicas, visando a ampliar o isolamento social, necessário para reduzir a transmissão do novo coronavírus – medida conhecida como lockdown –, o saneamento básico é um dos serviços que segue em plena atividade. Considerados como essenciais para a sociedade, o abastecimento de água potável e a coleta de esgoto são realizados principalmente pelas companhias estaduais de saneamento. Sensíveis à situação, essas empresas seguem funcionando, sempre priorizando o atendimento da população sem descuidar da segurança de seus colaboradores. “Nossas equipes estão na rua, devidamente protegidas por equipamentos – EPIs – que têm o propósito de resguardar nossos colaboradores do contágio pelo vírus”, destaca o presidente da Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento (Aesbe), Marcus Vinícius Fernandes Neves.

Nesse cenário de dificuldades, muitas famílias brasileiras tiveram drástica redução de suas rendas mensais, o que impactou o pagamento das contas. Em abril, dados da Aesbe mostraram que o setor de saneamento enfrenta um aumento da inadimplência, que, entre as companhias estaduais, chegou a 30% em alguns estados, atingindo uma média nacional de 21%. Já entre as empresas privadas, cujo índice de não pagadores costuma girar em torno dos 5%, já se registra uma inadimplência média de 25%.

Apesar disso, as companhias estaduais associadas da Aesbe reforçaram também seu senso de responsabilidade social. “Muito antes de outros setores, as empresas de saneamento foram pioneiras em evitar os cortes no abastecimento por falta de pagamento, dada a essencialidade do serviço. Também estamos facilitando os processos de negociação e renegociação de dívidas, flexibilizando os percentuais destinados ao pagamento de entradas, aumentando o número de parcelas e permitindo operações pela internet, com aplicativos móveis ou não, para garantir a melhor possiblidade de negociação para os cidadãos”, afirma o dirigente.

Atuação regional

Neves ressalta que algumas características e instrumentos presentes nas empresas de atuação estadual, minimizam os impactos diretos desta inadimplência oriunda dos efeitos da Pandemia do COVID-19. Temos como exemplo a atuação regionalizada da companhia e o subsídio cruzado, o qual permite manter a mesma tarifa para todos os municípios atendidos, utilizando-se a receita de municípios maiores (com maior arrecadação) para custear os serviços nos municípios menores (que não dão lucro).

“A atuação em nível estadual, com ganho de escala, permite que as variações de eventuais inadimplências nas cidades atendidas por companhias de saneamento sejam diluídas”, defende o presidente da Aesbe. Em outras palavras, o modelo atual é que faz com que as empresas públicas consigam garantir o abastecimento geral, com a manutenção dos serviços nas regiões mais carentes ou distantes a partir do equilíbrio orçamentário. “A água é aliada de primeira ordem no combate à doença por ser a higienização das mãos a primeira linha de defesa contra o coronavírus. O momento atual pede a união da sociedade, e os brasileiros podem continuar contando com os serviços das empresas estaduais de saneamento”, conclui Marcus Vinícius Fernandes Neves.

Evite desperdícios

Não custa reforçar que, com o aumento do consumo residencial é cada vez mais importante manter o uso consciente da água. Confira algumas dicas:

  • Evite banhos demorados
  • Verifique possíveis vazamentos
  • Feche a torneira quando não a estiver usando
  • Busque reutilizar a água sempre que possível

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