Valor Econômico
29/01/2020

Por Maria Luíza Filgueiras

Risco econômico do coronavírus e volatilidade não alteraram cronogramas de empresas

Os mercados de ações em todo o mundo recuperaram ontem parte das perdas da segundafeira, quando houve início de pânico com os receios do impacto da epidemia de coronavírus sobre a economia chinesa. Em São Paulo, a bolsa de valores fechou em alta de 1,74% e os bancos mantiveram seus planos de lançamento de ações de empresas. Seis ofertas já estão em andamento e terão seus preços fixados nesta e na próxima semana.

Ofertas mantêm ritmo acelerado

Até sexta-feira serão fechadas as ofertas subsequentes de Ânima Educação e Positivo, que já têm demanda suficiente para tornar viável suas operações. Na semana que vem, são mais quatro ofertas: os IPOs das construtoras Mitre Realty e Moura Dubeux, da empresa de tecnologia Locaweb e a megaoferta oferta subsequente de ações da Petrobras que pertencem ao BNDES.

Em operações mais à frente, a Petrobras acertou nesta semana o sindicato de bancos que fará a oferta de suas ações remanescentes na BR Distribuidora e a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) também definiu os coordenadores de sua oferta inicial.

Diretores de bancos de investimentos dizem não estar preocupados com o momento, porque os investidores locais continuam migrando da renda fixa e buscando maior rendimento para suas aplicações. Alguns analistas observam que a incerteza criada pela crise do coronavírus abre uma oportunidade para a correção dos preços, que estavam elevados. A Nord Research classificou de “histeria coletiva” a reação dos mercados às notícias sobre a epidemia na segunda-feira. “A melhor maneira de mitigar riscos é comprar barato e andava difícil ultimamente” escreveu o analista Ricardo Schweitzer a clientes.

Sete bancos farão a oferta da BR Distribuidora: Morgan Stanley (líder), Itaú BBA, Bank of America, Goldman Sachs, J.P. Morgan, Citi e XP. A Petrobras quer realizar a oferta entre o fim de fevereiro e início de março. Ela vendeu parte de suas ações na BR no ano passado, perdendo a posição de controle, mas ficou com uma fatia de 37,5%, participação que vale cerca de R$ 12,4 bilhões.