Valor Econômico
03/03/2021

Por Sérgio Tauhata

Para a S&P, os efeitos adversos da pandemia e as respostas fiscais advindas da situação deflagraram uma elevação sem precedente nas necessidades 

A S&P Global Ratings estima que os governos no mundo todo vão tomar emprestado US$ 12,6 trilhões nos mercados de dívida em 2021. A cifra é cerca de 20% menor do que o total registrado em 2020, mas ainda assim estaria 50% mais elevada do que a média pré-pandemia.

Para a S&P, os efeitos adversos da pandemia e as respostas fiscais advindas da situação deflagraram uma elevação sem precedente nas necessidades de financiamento dos governos no ano passado. Como resultado, em termos brutos, os soberanos da base de ratings da agência emprestaram a quantia historicamente alta de US$ 16,3 trilhões em 2020, “quase duas vezes o montante que os governos planejavam emitir antes da crise”.

Os custos adicionais de financiamento para os países poderem dar suporte às economias em 2020 e 2021 vai, provavelmente, alcançar US$ 10,9 trilhões. Segundo a S&P, a subida da necessidade de financiamento vai elevar o estoque de dívida comercial a um recorde de US$ 67,5 trilhões ou 75,1% do PIB global até o fim deste ano.

Nas Américas, incluindo os Estados Unidos, Canadá e 28 soberanos da América Latina e Caribe que recebem classificação de ratings pela S&P, excluindo a Venezuela, as estimativas apontam para uma tomada de empréstimos de US$ 5,873 trilhões em 2021. A cifra representaria um crescimento de 30% ante 2020.