Valor Econômico
13/12/2019

Por Taís Hirat

Expectativa é levantar até R$ 5 bilhões com abertura de capital na bolsa, sem perder o controle da companhia

O governo da Bahia pretende abrir o capital da Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) em 2020, afirmou o governador Rui Costa (PT). Ele acompanhou o leilão da Ponte Salvador-Itaparica nesta manha em São Paulo, na sede da B3.

O plano, diz ele, é fazer uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), mas continuar no controle da companhia de saneamento. O Estado abriria mão de apenas 49% das ações.

A expectativa é arrecadar entre R$ 4 bilhões e R$ 5 bilhões – estimativas que, segundo ele, foram dadas pelos próprios bancos já consultados sobre o assunto.

Esse modelo de desestatização sem a perda de controle tem sido questionado por analistas de mercado, que veem poucas chances de investidores aceitarem entrar em uma companhia pública, sujeita a ingerência política e submetida a normas de agências reguladoras pouco previsíveis.

Questionado sobre sua confiança de que o processo gerará resultados, o governador disse que tem “absoluta convicção” e que, para atrair os investidores, iniciará desde já um processo de reformulação interna na Embasa.

“Vamos fazer uma mudança de perfil de gestão, que será mais profissionalizada, com regras mais fixas de compliance. Vamos mudar o perfil de compliance. Essa é uma exigência que todos [no mercado] tem sinalizado”, afirmou.

“Já encomendamos os estudos aos bancos. Estamos discutindo com bancos internacionais, Banco do Brasil, Caixa, Santander. E pedimos a eles que façam estudos para formular proposta”, disse Costa.

O governador ainda anunciou a intenção do Estado em lançar três parcerias público-privadas (PPPs) de saneamento. O primeiro deles seria na região metropolitana, com investimento de R$ 700 milhões. O segundo, em Feira de Santana, diz ele. A região do litoral paulista, que o Estado pretende desenvolver a partir da construção da ponte licitada hoje, também deverá ser alvo de uma PPP.

“Estamos garantindo regiões mais atrativas com outras menos atrativas”, disse Costa