O Dia Mundial do Banheiro, celebrado anualmente em 19 de novembro, é uma iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU) para ampliar a conscientização global sobre a importância do saneamento básico como direito humano fundamental. Em 2025, o tema escolhido “Saneamento em um Mundo em Transformação” destaca a relação direta entre mudanças climáticas, vulnerabilidade social e falta de infraestrutura sanitária.
O Brasil ainda enfrenta desafios profundos para garantir o acesso a banheiros, coleta e tratamento de esgoto, condições essenciais para proteger a saúde pública, preservar o meio ambiente e promover a inclusão social.
A ONU reconheceu em 2010 o Direito Humano à Água e ao Esgotamento Sanitário (DHAES). Em 2015, reforçou que os dois direitos são independentes, exigindo ações específicas para superar o déficit de esgotamento sanitário — um dos maiores gargalos nos países em desenvolvimento. O tema integra o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 6 (ODS 6), que prevê universalização até 2030, meta que ainda está distante.
Os dados do portal oficial do Dia Mundial do Banheiro (diamundialdobanheiro.org.br) e de organismos nacionais revelam um cenário alarmante:
- 1,37 milhão de domicílios brasileiros não possuem banheiro
- 4,5 milhões de pessoas vivem sem banheiro dentro de casa
- 78% dos domicílios sem banheiro estão na zona rural
A falta de saneamento também atinge crianças e adolescentes:
- 19,6 milhões não têm acesso adequado ao esgotamento sanitário
- 458 mil estudam em escolas que não possuem banheiro
- 4.900 escolas funcionam sem instalações sanitárias
(Fontes: UNICEF; Censo Escolar 2024)
A ausência de saneamento adequado aumenta a exposição a doenças de veiculação hídrica, principalmente entre crianças. Segundo a OMS, cada R$ 1 investido em saneamento gera R$ 4 de economia em saúde pública. Em 2023, 197 mil internações foram registradas por doenças hídricas — metade envolvendo crianças menores de 14 anos.
O impacto ambiental também é expressivo:
- 5,7 bilhões de m³ de esgoto são despejados anualmente na natureza
- Apenas 7,6% dos rios da Mata Atlântica têm água de boa qualidade
- Sete em cada dez praias brasileiras estiveram impróprias para banho entre 2023 e 2024
(Fontes: Sinisa 2023, SOS Mata Atlântica 2024, órgãos ambientais)
O déficit de saneamento reflete desigualdades:
- 90,3 milhões de brasileiros não têm coleta de esgoto
- 34 milhões não possuem acesso à água potável
- Entre pessoas pretas e pardas, 30% não têm esgotamento adequado (16,5% entre brancos; 70% entre indígenas)
- Enquanto São Paulo registra 91% de cobertura de esgoto, Rondônia tem apenas 11,7%
(Fontes: Sinisa 2023, Censo 2022)
Em um mundo marcado por eventos extremos como enchentes, secas e calor intenso a falta de infraestrutura sanitária agrava riscos, compromete a saúde e intensifica vulnerabilidades. Para a Aesbe, garantir saneamento é garantir justiça climática.
A Aesbe reforça seu compromisso com a universalização do saneamento e com a defesa do direito humano ao banheiro. Em alinhamento com a agenda climática e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, as companhias associadas à Aesbe seguem atuando para fortalecer políticas públicas, ampliar investimentos e promover soluções integradas em todo o país.
Sobre o portal Dia Mundial do Banheiro
O portal “Dia Mundial do Banheiro” (diamundialdobanheiro.org.br) é uma iniciativa estratégica liderada pelo Instituto Água e Saneamento (IAS) para dar visibilidade à crise do saneamento no Brasil, promovendo a conscientização sobre o acesso universal a instalações sanitárias. Com foco em direitos humanos, saúde pública e sustentabilidade, o site serve como plataforma central para a campanha nacional do Dia Mundial do Banheiro, celebrado em 19 de novembro.
A Aesbe é uma das apoiadoras da iniciativa. Clique aqui e acesse.


