Valor Econômico
03/09/2020

O ritmo de contratações desacelerou nos últimos dois meses nos EUA, que coincide com a recente escalada no número de novas infecções por coronavírus no país

A recuperação econômica dos EUA continua em ritmo lento em meio aos persistentes temores relacionados à pandemia de covid-19. Dois relatórios divulgados ontem apontaram para uma desaceleração no ritmo de contratações nos últimos dois meses, que coincidem com a recente escalada no número de novas infecções por coronavírus no país.

O mais recente “Livro Bege”, relatório econômico do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), mostrou que os trabalhadores colocados em licença estão sendo demitidos de forma permanente em algumas partes dos EUA.

“A contínua incerteza e a volatilidade relacionada à pandemia e seu efeito negativo sobre o consumo e a atividade das empresas têm sido um tema recorrente em todo o país”, apontou ontem o Fed.

Outro relatório mostrou que o setor privado americano contratou 428 mil novos trabalhadores em agosto, o segundo mês seguido que as contratações ficam abaixo do esperado pelos economistas. Esse enfraquecimento do mercado de trabalho reflete também o esgotamento dos programas emergenciais do governo de suporte aos trabalhadores e empresas.

Por outro lado, as novas encomendas à indústria americana cresceram acima do esperado em julho, 6,4% em relação a junho, marcando o terceiro mês de aumento, segundo dados divulgados ontem pelo Departamento de Comércio. O setor industrial vem registrando uma recuperação mais forte e consistente em relação a outros setores da economia americana, como de serviços. No entanto, as vendas, o nível de produção e de emprego ainda estão bem abaixo dos níveis pré-pandemia.