Valor Econômico
07/05/2021

Por Taís Hirata

Companhia mineira de saneamento buscará expandir o escopo de 337 contratos vigentes

A Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) planeja expandir sua atuação dentro das regiões em que já opera. A empresa também já começa a prospectar oportunidades fora do Estado – um movimento que deverá se concretizar no médio ou longo prazo, segundo o presidente, Carlos Eduardo Tavares.

Hoje, a companhia opera 591 contratos em Minas. Destes, 337 incluem apenas os serviços de água. A ideia da estatal é expandir o escopo dessas concessões, para que também incorporem o esgotamento sanitário.

A mudança ocorreria em meio ao processo de adequação à nova lei do saneamento, que prevê que todos os contratos vigentes passem a adotar novas obrigações. Como forma de compensação às exigências adicionais, que demandarão investimentos não previstos inicialmente, poderá haver reequilíbrios nos acordos.

“Estamos trabalhando no aumento do escopo desses contratos. Essa é uma grande discussão, afinal de contas, em todo o setor o que se buscava [com a nova lei] era a equiparação entre prestadores de serviço públicos e privados. Então temos enxergado essa discussão de ampliação de escopo da mesma forma como ocorre no âmbito de contratos privados”, disse o executivo, em teleconferência realizada ontem.

No curto prazo, a estratégia é crescer internamente, mas o grupo começa a se preparar para ir além das fronteiras de Minas Gerais – um processo que o presidente enxerga como natural. “É algo para o médio, longo prazo. Ainda estamos solucionando questões internas, mas isso já deverá estar encaminhado até março de 2022”, diz.

Em paralelo, a Copasa acompanha os grandes leilões de saneamento que têm sido lançados. Entre as empresas públicas do setor, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) tem sido pioneira nesse sentido. O grupo paulista já disputou uma concessão em Alagoas, por meio de uma fatia minoritária em um consórcio com a Iguá Saneamento. Nos últimos dias, a empresa também chegou a firmar um memorando de entendimentos para possivelmente entrar na Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) – mas acabou desistindo do mega projeto.

Na avaliação de Tavares, a Copasa pode seguir o mesmo caminho de expansão, por meio da associação com outros operadores, sejam públicos ou privados.