Valor Econômico
10/11/2020

Por Alessandra Saraiva

A empresa foi usada como garantia pelo governo do Rio de Janeiro para tomar empréstimo de R$ 4 bi junto ao BNP Paribas em 2017. A União foi garantidora do empréstimo

O governador em exercício do Estado do Rio de Janeiro, Claudio Castro (PSC), afirmou nesta terça-feira que não acha impossível o adiamento do pagamento por um ano de financiamento de R$ 4 bilhões do BNP Paribas, cuja quitação é prevista para dezembro desse ano. Ele deu as declarações ao falar sobre a Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), em entrevista ao jornal “Bom dia Rio” da TV Globo.

A empresa foi usada como garantia pelo governo fluminense para tomar empréstimo junto ao banco em 2017. A União foi garantidora do empréstimo.

“Estamos conversando com BNP Paribas”, afirmou Castro, acrescentando que o adiamento do pagamento poderia ser uma possibilidade. “Podemos renegociar empréstimo; hoje, os juros estão até menores do que na época” , afirmou.

No entendimento dele, o governo fluminense estaria trabalhando com o banco em “saídas dialogadas”, e não há possibilidade de a União tornar a Cedae federal, com o não pagamento do empréstimo. “O governo federal vir aqui e tomar a Cedae: não é interesse deles fazer isso”, afirmou.

Na entrevista, Castro foi questionado sobre sua declaração, na semana passada, de que a privatização da Cedae pode ser reconsiderada. Ele disse que, desde a declaração, tem entrado em conversas frequentes com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que tem ajudado o governo fluminense a montar a modelagem da privatização da empresa.

“Estamos conversando com o BNDES, desde minha declaração e já avançamos muito, eles nos deram alguma respostas” , disse. “O que venho cobrando do BNDES é a garantia de que esse modelo [de privatização] é o melhor. Que será um bom negócio”, afirmou ele.

Castro frisou que sua maior preocupação é o melhor atendimento à população nos serviços de água e esgoto. “Se a empresa é pública ou privada, não importa à população”, disse, ressaltando que sua preocupação, seja qual modelo for escolhido para a empresa, é que a companhia preste bom serviço de saneamento aos moradores do Rio. “Não tenho dúvidas que faremos um bom negócio para o governo do Estado.”