Valor Econômico
11/03/2020

Por Bruno Villas Bôas, Juliana Schincariol e Gabriel Vasconcelos

Ao todo, “fábrica de projetos” somava R$ 176 bilhões

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tinha 57 projetos em estruturação para desestatização no fim do ano passado, que somam investimentos (capex) de R$ 176 bilhões, informou o banco nesta quarta-feira.

Os números são inferiores aos registrados em outubro do ano passado, quando o banco tinha 60 projetos em andamento, no valor de R$ 191 bilhões. Em valores, a diferença representa uma queda de 8% no período.

Segundo Fabio Abrahão, diretor de infraestrutura do banco, a redução na chamada “fábrica de projetos” do banco é explicada pela conclusão de alguns projetos e um fator sazonal do setor público.

“É comum que os novos projetos deixem de ser encaminhados ao banco em período de fim do ano e sejam enviados no início do ano seguinte”, disse durante entrevista coletiva no Rio.

Dos 57 projetos em estruturação para privatização, 24 eram federais, 22 estaduais e 11 municipais. A maior parte está na área de saneamento (9) e iluminação pública (9), seguida por rodovias (6), energia (6) e serviços financeiros (2).

Segundo Abrahão, o banco já teve reuniões com mais de 20 empresas interessadas nos negócios que formatou em saneamento, o que demonstra o interesse da iniciativa privada no segmento.

Ele detalhou ainda períodos específicos para calendário de leilões de companhias de saneamento estaduais, a serem privatizadas. “Alagoas e Cariacica [Espírito Santo] devem ocorrer no segundo trimestre; Acre, Amapá e Rio de Janeiro no quarto trimestre; Rio Grande do Sul, no primeiro trimestre de 2021; e Porto Alegre no segundo trimestre de 2021”, afirmou ele.

O diretor lembra que o papel do banco na estruturação de projetos é um estímulo para desenvolver empreendimentos, em diferentes setores. “Quando o banco começa a estruturar projetos, é o primeiro movimento para dar maturidade aos setores. E agora isso está acontecendo em saneamento”, disse.