Valor Econômico
01/04/202

Por Alessandra Saraiva

Framework foi desenvolvido a partir de cooperação técnica firmada com o BID

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) informou a criação de nova estrutura para emissão de bônus verdes, sociais e sustentáveis, com apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Segundo a instituição, o lançamento do documento Sustainability Bond Framework (SBF), nesta quinta-feira, facilita a emissão pelo banco de títulos verdes, sociais e sustentáveis, no Brasil e no exterior.

Em comunicado sobre o tema, o banco informou que o documento tem parecer favorável Second Party Opinion – SPO da Sustainalytics, empresa verificadora especializada em projetos sustentáveis. Na prática, no entendimento do banco, a nova estrutura delineada no documento, que oferece parâmetros para esse tipo de emissão, reforça a importância atribuída ao tema Ambiental, Social e de Governança (ASG) pelo BNDES e pelo BID, que participou do processo por meio de uma cooperação técnica.

O BNDES detalhou que o SBF foi desenvolvido a partir de cooperação técnica firmada com o BID. O documento foi construído a partir de consultoria técnica prestada por empresa especializada Sitawi. A intenção do banco com o lançamento do documento é ampliar possibilidades de captação previstas nesse campo de emissão verde, social e sustentável.

O banco informou que os recursos a serem captados em futuras operações, com base no SBF, serão utilizados para financiar e refinanciar projetos novos ou já existentes na carteira do BNDES. Os modelos de projetos elegíveis para destinação de recursos englobam seis categorias verdes, e três sociais.

Nas categorias verdes estão os campos de energia renovável; eficiência energética; gestão sustentável da água, água residual e saneamento; prevenção e controle de poluição; transporte limpo; e gestão ambientalmente sustentável de recursos naturais vivos e uso da terra.

As categorias sociais incluem saúde; educação; e apoio a micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) e microcrédito. No caso dessas últimas categorias, serão priorizados os investimentos em saúde e educação em municípios com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) abaixo da média nacional e, para MPMEs, além do critério do IDH, serão priorizadas empresas lideradas por mulheres ou minorias de gênero.