Valor Econômico
29/11/2019

Por Paul Gordon e Yuko Take

Mas terá dificuldades em fazer grandes mudanças

O Banco Central Europeu (BCE) pretende ajustar a meta de inflação quando revisar sua estratégia, mas terá dificuldades em fazer grandes mudanças, segundo autoridades com conhecimento do assunto.

A conclusão da primeira avaliação feita pela instituição em 16 anos pode ser uma meta de 2% – em vez da atual “abaixo, mas perto de 2%” -, o que, segundo alguns diretores, pode resultar numa inflação muito baixa. Uma mudança mais radical para medir e alcançar a estabilidade de preços é provavelmente muito ambiciosa, disseram as fontes, que não quiseram ser identificadas.

Ajustar a meta de inflação para 2% no médio prazo teria a vantagem de eliminar qualquer pressão para começar a apertar a política monetária assim que a alta dos preços ultrapassar 1,5%. Idealmente, isso também aumentaria as expectativas – um fator crítico para criar inflação real -, abrindo espaço para ultrapassar a meta por um tempo, disse uma pessoa. Um porta-voz do BCE não quis comentar.

A revisão deve avaliar como o BCE lidaria com a mudança climática, tema polêmico de crescente importância para os BCs. A presidente do BCE, Christine Lagarde, disse em carta a um membro do Parlamento Europeu que o estudo é uma oportunidade para refletir sobre sustentabilidade.

Lagarde planeja anunciar suas intenções em breve, e o economista-chefe do BCE, Philip Lane, disse que é uma “má ideia” antecipar o resultado. Ainda assim, as especulações refletem a realidade de que não há consenso sobre o entendimento das forças que moldam hoje a economia da zona do euro.