A Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento (Aesbe), em parceria com o Fonplata – Banco de Desenvolvimento, realizou nesta terça-feira (14) o evento “Pré-COP do Saneamento: Adaptação e Mitigação no Setor de Água e Tratamento de Efluentes”, em Brasília (DF). A iniciativa reuniu representantes do governo federal, empresas públicas, organismos internacionais e entidades do setor para discutir o papel do saneamento básico nas estratégias de enfrentamento às mudanças climáticas, em preparação para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30), que acontecerá em 2025, em Belém (PA).
O encontro, realizado na sede da Aesbe, teve como foco integrar os debates de adaptação e mitigação no saneamento, evidenciando a contribuição do setor para a redução de emissões de gases de efeito estufa e a construção de cidades mais resilientes. Para o diretor executivo da Aesbe, Sérgio Gonçalves, o saneamento básico é fundamental para garantir segurança hídrica, saúde pública e sustentabilidade ambiental, atuando diretamente no enfrentamento dos impactos climáticos.
A abertura contou com a presença de Fernanda Morais, do Ministério das Cidades; Maurício Guerra, do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima; Sérgio Gonçalves, diretor executivo da Aesbe; Oscar Carvallo, coordenador país do Fonplata – Banco de Desenvolvimento; e Alexandre Motta, presidente da Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Os participantes destacaram a importância de posicionar o saneamento como eixo central da transição ecológica e de uma política climática inclusiva no país.
A programação incluiu painéis temáticos que abordaram indicadores de adaptação em recursos hídricos e soluções de descarbonização para o setor de saneamento. O primeiro debate reuniu Laila Sandroni, do Instituto Interamericano para Pesquisa em Mudanças Globais (IAI); Natalia D’Alessandro, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD); Ligia da Paz de Souza, da Mandí; Paulo Henrique, coordenador do Grupo de Trabalho de Mudança do Clima e COP 30 da Aesbe e gerente de responsabilidade socioambiental da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae); e Marcela Marcela Ayub Brasil – Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). A moderação foi conduzida por Beatriz Azevedo, da Aba Climate Solutions.
O segundo painel tratou de Soluções Baseadas na Natureza e Descarbonização do Setor de Saneamento, com a participação de Cássio Felipe Bueno, do Ministério das Cidades; Salomar Mafaldo, do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, vinculado ao Programa Cidades Verdes Resilientes; Romildo Lopes, secretário da Câmara Técnica de Gestão Ambiental (CTGA) da Aesbe e coordenador de Políticas Ambientais da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece); e Ana Lusia Leal Hilzendeder, gerente de Meio Ambiente e Qualidade da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan). A moderação ficou sob responsabilidade de Liliani Ademi Cafruni, diretora de Sustentabilidade da Corsan.
Entre os resultados esperados do encontro estão a formulação de recomendações estratégicas para subsidiar a participação brasileira na COP 30, o fortalecimento da cooperação entre empresas de saneamento, governo e organismos internacionais, e a consolidação do papel da Aesbe e do Fonplata como articuladores regionais da agenda climática.
Lançamento da Série Universalizar – Volume 12: Saneamento e Clima: Pautas Prioritárias para a Agenda Global
Durante o evento, foi lançado o documento “Saneamento e Clima: Pautas Prioritárias para a Agenda Global”, integrante da Série Universalizar – Volume 12, elaborado pela Aesbe. A publicação apresenta as principais pautas para inserir o saneamento nos debates internacionais sobre mudança do clima, analisando as agendas globais e identificando oportunidades estratégicas para fortalecer a contribuição do setor à transformação ecológica e ao enfrentamento da crise climática.
O material ressalta a importância da COP 30, principal fórum mundial sobre mudanças climáticas, que reunirá governos, sociedade civil e setor privado em torno de compromissos como as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), previstas no Acordo de Paris. A publicação destaca que a conferência, ao ser realizada em Belém, representa uma oportunidade histórica para o Brasil e para o setor de saneamento apresentarem iniciativas concretas de mitigação e adaptação, fortalecerem parcerias multissetoriais e consolidarem o protagonismo do país na promoção da resiliência hídrica e urbana.
Entre os temas prioritários abordados estão o Objetivo Global de Adaptação (Global Goal on Adaptation – GGA), o Financiamento Climático, o Compromisso Global do Metano (Global Methane Pledge – GMP), a Agenda de Ação Global da COP 30, o Mercado de Carbono e a Transição Justa, todos diretamente relacionados ao setor de saneamento.
Segundo o diretor executivo da Aesbe, Sérgio Gonçalves, o lançamento do Volume 12 da Série Universalizar é um passo decisivo para fortalecer a presença do saneamento na diplomacia climática e ampliar o diálogo entre o setor e as instâncias internacionais de decisão.