Presidente da Aesbe e da Cesan, Munir Abud, participa do IV Masterclass em Saneamento 2025 em painel de abertura sobre os desafios do setor

O presidente da Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento (Aesbe) e da Companhia Espírito-Santense de Saneamento (Cesan), Munir Abud, participou nesta terça-feira (9) do IV Masterclass em Saneamento – Edição 2025, um dos principais encontros técnicos do setor, promovido pela Hiria. O evento, reconhecido por sua abordagem prática e imersiva, reuniu especialistas, gestores e profissionais para discutir soluções aplicáveis aos desafios contemporâneos do saneamento, com foco nas novas normas regulatórias, estruturação tarifária, perdas de água, reforma tributária, contabilidade regulatória, arbitragem e mecanismos de reequilíbrio financeiro.

A presença da Aesbe marcou a abertura oficial da programação. Munir Abud integrou o Painel Especial de Abertura, intitulado “Desafios do Setor para os Próximos 02 Anos”, ao lado de Christianne Dias, diretora-presidente da Abcon Sindcon, e Vinnicius Vieira, sócio da Hiria NMB. O painel discutiu os principais pontos de atenção que devem nortear as companhias de saneamento no curto prazo, especialmente diante das transformações regulatórias e da busca por maior eficiência operacional.

Na ocasião, Munir Abud apresentou uma análise sobre os entraves e perspectivas do setor, destacando o impacto da reforma tributária sobre projetos já em andamento e os desafios para garantir a sustentabilidade econômico-financeira das companhias. Segundo ele, alguns processos tiveram que ser suspensos para reavaliação dos impactos tributários, o que cria um obstáculo adicional em um cenário já complexo de avanço da infraestrutura. “E no meio do caminho, o processo teve que ser suspenso e retirado para a análise dos impactos da reforma tributária na estruturação econômico-financeira do projeto. Isso é um freio num cenário já tão difícil de avançar”, afirmou.

Apesar das dificuldades, Abud também procurou transmitir uma mensagem de otimismo. Ele lembrou que diversos leilões se aproximam e que muitas companhias, mesmo aquelas que não optaram pela desestatização, têm ampliado seus programas de obras. “Temos uma pluralidade de obras sendo licitadas o tempo inteiro, bancos internacionais, instituições de fora do país, fundos vindo para cá, olhando com mais atenção para o setor de saneamento e aportando recursos”, concluiu.

Ainda assim, Munir Abud lembrou que o país está distante do volume de investimentos necessários para a universalização. Ele afirmou que a estimativa entre R$ 900 bilhões e R$ 1 trilhão ainda representa um grande desafio, exigindo novas fontes financeiras e modelos mais eficientes de cooperação entre setor público e iniciativa privada. O presidente citou, como exemplo, projetos de dessalinização em desenvolvimento por diversas companhias. “A Cagece já estruturou no papel o que será a maior usina de dessalinização do país. A Cesan encerrou recentemente um procedimento de PMI para outra usina que será ainda maior. A Embasa começa a estudar a possibilidade de dessalinização”, afirmou. Ele acrescentou que as companhias litorâneas têm percebido a necessidade de diversificar suas matrizes hídricas e buscar, no setor privado, a expertise ainda pouco consolidada no âmbito estatal.

Abud também mencionou a evolução acelerada da tecnologia de reúso em diversos países e defendeu que o Brasil precisa incorporar de forma mais decisiva essas soluções. Segundo ele, práticas internacionalmente consolidadas podem fortalecer a segurança hídrica e complementar investimentos em infraestrutura.

Além disso, durante sua participação, Munir Abud, destacou a relevância da presença da Aesbe em espaços que promovem qualificação técnica e troca de experiências. “Estamos aqui representando a Aesbe e o interesse das nossas associadas, mostrando o potencial de cada uma delas no último grande evento do ano do setor, um evento promovido pela Hiria, uma parceira já da Aesbe que tem a qualidade e a capacidade de promover capacitação e qualificação no setor”, afirmou.

No seu discurso, Abud ressaltou que o Masterclass ofereceu à Aesbe a oportunidade de reforçar a importância da “Casa do Saneamento” na COP30 e de apresentar as potencialidades das empresas associadas para alcançar a universalização dos serviços. O presidente também destacou que a participação reafirma o compromisso da entidade em representar suas filiadas e contribuir para o avanço técnico e institucional do setor.

O Masterclass é considerado um ponto de encontro estratégico para profissionais envolvidos diretamente na elaboração e implementação de políticas e projetos no setor. Com uma programação estruturada em quatro módulos principais tarifas e tarifa social, perdas, reforma tributária e contabilidade regulatória, e arbitragem e reequilíbrio, o evento prioriza debates técnicos aprofundados e estudos de caso que permitem a aplicação prática dos conhecimentos compartilhados, fortalecendo a capacidade institucional das companhias e contribuindo para os esforços de universalização.

 

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