O segundo dia do Seminário Nacional Universalizar – Aesbe 41 anos manteve uma programação de discussões técnicas e estratégicas em Brasília (DF), consolidando o encontro como um dos principais espaços de diálogo do setor de saneamento no país. O evento girou em torno de temas decisivos para o futuro do segmento, com foco em adaptação climática, segurança hídrica, regulação inteligente, justiça ambiental, segurança jurídica e transição energética. Clique aqui e acesse as fotos do evento.
A programação foi iniciada com o Painel 3: Segurança Hídrica e Adaptação à Mudança do Clima, moderado pelo vice-presidente Nacional da Aesbe e presidente da Caema, Marcos Aurélio Alves Freitas. A mesa reuniu especialistas de instituições centrais para a agenda climática brasileira: Larissa Rêgo, diretora da ANA; Natalia D’Alessandro, especialista do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação pelo PNUD; e Inamara Santos Mélo, diretora de Adaptação e Resiliência do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima.
Durante o painel, os debatedores trouxeram análises sobre os riscos crescentes à segurança hídrica, a necessidade de acelerar políticas de adaptação e a importância de integrar ciência, regulação e planejamento para enfrentar eventos climáticos extremos. Os participantes destacaram que o saneamento desempenha papel central na resiliência climática, especialmente em regiões vulneráveis.
Na sequência, o Momento Técnico – Águas do Futuro: Reúso e Dessalinização para a Segurança Hídrica, moderado pelo presidente da Aesbe e da Cesan, Munir Abud, apresentou soluções inovadoras para ampliar a disponibilidade de água no país. Participaram Ana Silva Pereira, fundadora do Instituto Reúso de Água, e Eduardo Pedrosa, diretor da Aladyr.
O debate trouxe experiências práticas e tendências internacionais que vêm transformando a forma como países lidam com escassez hídrica. Além disso, reforçou o papel estratégico de tecnologias de reúso e dessalinização na garantia da segurança hídrica em cenários de crise climática.
O Painel 4: Regulação Inteligente e Metas de Qualidade: rumo à universalização foi conduzido por Sérgio Gonçalves, diretor executivo da Aesbe. A mesa reuniu Cristiane Battiston, diretora da ANA; Demétrius Gonzalez, presidente da Abrasan; Rafael de Mello, superintendente da Adasa; e Felipe Bueno Xavier Nunes, coordenador da Câmara Técnica de Regulação da Aesbe.
Os participantes discutiram aprimoramentos regulatórios, padronização de indicadores, desafios do novo marco legal e o papel das agências reguladoras na garantia de metas factíveis e coerentes com a realidade das companhias. A convergência entre regulação e planejamento operacional foi apontada como um dos pilares para acelerar o cumprimento das metas de universalização.
Na parte da tarde, a Mesa de Casos Inspiradores – Justiça Ambiental em Prática deu visibilidade a iniciativas que promovem equidade, inclusão e mitigação de desigualdades socioambientais. Moderado por Cleverson Brancalhão, presidente do Conselho Fiscal da Aesbe e presidente da Caerd, o painel reuniu vencedores e finalistas da categoria Justiça Ambiental do I Prêmio Nacional Universalizar: Elizangela de Souza Rodrigues (Caer), Heder Cortez (Cagece) e Allan Borges (Cedae).
Os convidados apresentaram experiências que demonstram como ações técnicas, sociais e ambientais podem transformar realidades e ampliar o acesso a serviços essenciais de saneamento em comunidades historicamente vulnerabilizadas.
O Painel 5: Segurança Jurídica e Sustentabilidade dos Contratos no Saneamento, moderado por Tallyta Leite, procuradora Jurídica da Caema, reuniu especialistas reconhecidos na área: Fernanda Rodrigues Morais, do Ministério das Cidades; Mateus da Cruz, da BLCN Advocacia; Marcelo Abelha, especialista em Direito Ambiental; e Marcelo Lemos, especialista em Direito Urbano e Ambiental.
O debate abordou a necessidade de estabilidade normativa, clareza contratual e mecanismos de governança capazes de assegurar que investimentos, públicos e privados, sejam sustentáveis no longo prazo. Os participantes reforçaram que a segurança jurídica é um dos pilares para que as metas de universalização sejam alcançadas.
Em seguida, o Momento Enorsul, patrocinadora do nosso evento, trouxe reflexões sobre a influência do saneamento nas mudanças climáticas e o papel dos contratos de performance na eficiência operacional. Waldecir Colombini, diretor da Enorsul, e Matheus Condolo, gestor de Contratos da empresa, apresentaram experiências e modelos que têm contribuído para aumentar resultados e reduzir perdas.
O painel O Papel dos Órgãos de Controle na Universalização do Saneamento foi conduzido por Roberto Tavares, ex-presidente da Aesbe, com participação da auditora Lygia Maria Sarlo Wilken, do Tribunal de Contas do Espírito Santo. A conversa destacou o papel fiscalizador e orientador dos tribunais de contas, especialmente no acompanhamento de contratos, metas e investimentos.
A auditora enfatizou que o diálogo entre órgãos de controle e operadores é essencial para criar ambientes mais seguros e eficientes, reduzindo riscos e fortalecendo a governança do setor.
Já o Painel 6: Transição Energética e Gestão de Custos no Saneamento fechou a programação técnica do dia. Sob moderação de Clécio Costa Cruz, diretor Técnico e de Planejamento da Embasa, o painel reuniu Gisele Cunha (Sabesp), Bruno Herbert (Abesco), Gustavo Rafael Collere Possetti (Sanepar) e Fernando Perrone (INEE).
Os debatedores apresentaram iniciativas de eficiência energética, projetos de inovação e modelos de gestão capazes de reduzir custos operacionais e emissões de gases de efeito estufa. A transição energética foi apontada como uma das agendas mais estratégicas para o futuro das companhias de saneamento.
O segundo dia de atividades foi concluído com um coquetel oferecido pela Aesbe, reunindo autoridades, especialistas e representantes das companhias estaduais em momento de integração e networking. A programação segue até amanhã (4), com os debates técnicos e a premiação do II Prêmio Nacional Universalizar.
Responsabilidade Socioambiental
A Aesbe reafirma seu compromisso com a sustentabilidade ao implementar ações concretas durante o evento. O Selo Evento Neutro garantirá que todas as emissões de carbono geradas sejam quantificadas e compensadas por meio de ações ambientais, como o plantio de árvores. Além disso, o programa Sou Resíduo Zero promoverá a gestão inteligente dos resíduos, com triagem, separação para reciclagem e reutilização, contribuindo para a redução de resíduos enviados a aterros sanitários e o incentivo à economia circular. O programa não apenas reduz a quantidade de resíduos enviados para os aterros sanitários, limitando as emissões de gases de efeito estufa, mas também gera emprego e renda para cooperativas de catadores, reincorporando os materiais recicláveis na cadeia produtiva. Este sistema vai além da reciclagem e reutilização, reestruturando os sistemas de produção e distribuição para reduzir o desperdício.

