Aesbe realiza primeira reunião presencial da Câmara Técnica de Saneamento Rural (CTSR) em Petrolina (PE)

A Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento (Aesbe) realizou, nesta terça-feira (29), o primeiro encontro presencial da Câmara Técnica de Saneamento Rural (CTSR). O evento aconteceu no auditório do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), em Petrolina (PE), reunindo representantes das companhias associadas, órgãos públicos e instituições de pesquisa de diversas regiões do país. A reunião marcou um importante passo para o fortalecimento das ações voltadas ao desenvolvimento e à universalização do saneamento rural no Brasil.

Durante a abertura do evento, o coordenador da CTSR e gerente de Novos Negócios e Inovação da Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa), Altamar Alencar Cardoso, reforçou o papel estratégico da Câmara Técnica na promoção de um diálogo permanente entre as empresas estaduais e na busca de soluções conjuntas.

“A criação desta Câmara foi um passo essencial para fortalecer o saneamento rural dentro das empresas estaduais. Nosso foco é compreender as diferentes realidades e construir, juntos, caminhos inovadores e sustentáveis para a universalização dos serviços no campo”, afirmou Altamar.

Em seguida, Cristiane Schuler, gerente de Apoio ao Saneamento Rural da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), deu as boas-vindas aos participantes e apresentou o panorama do saneamento rural em Pernambuco. Segundo ela, o estado possui mais de sete mil comunidades rurais cadastradas, das quais menos de 500 são atendidas pela Compesa, reforçando a importância de ações conjuntas para expandir a cobertura.

“O desafio é enorme, mas a troca de experiências que vivenciamos hoje mostra que há soluções viáveis e replicáveis. O Ceará, por exemplo, já avança com modelos de gestão compartilhada que podemos adaptar à nossa realidade”, destacou Schuler

A programação técnica foi aberta com a apresentação de Fernando Silva, CEO da PWTECH, que abordou o tema “Tecnologia de Produção e de Monitoramento de Água Potável”. Ele destacou soluções inovadoras voltadas para o tratamento e o controle da qualidade da água em comunidades rurais, com foco em tecnologias modulares, sustentáveis e de fácil operação.

Em seguida, o diretor do Instituto Nacional do Semiárido (INSA), José Etham de Lucena Barbosa, apresentou o Sistema de Saneamento Ambiental e Reúso de Água (SARA), uma tecnologia voltada ao tratamento e reaproveitamento de águas residuais para uso agrícola, integrando práticas de sustentabilidade e segurança hídrica em áreas rurais.

A parte da tarde foi marcada por uma série de apresentações e debates sobre planejamento, gestão e inovação no saneamento rural. O Secretário Executivo de Saneamento de Pernambuco, Artur Paiva Coutinho, detalhou o sistema de priorização e planejamento adotado pelo estado, que hoje possui mais de sete mil comunidades rurais cadastradas, das quais cerca de 500 recebem atendimento direto da Compesa. Ele ressaltou os esforços iniciados desde 2023 na captação de recursos e informou que, de janeiro a outubro de 2023, Pernambuco mobilizou mais de R$ 1 bilhão em investimentos para o saneamento rural, incluindo recursos do Novo PAC 2.

Coutinho destacou ainda o fortalecimento do modelo SISAR, referência no Ceará, como alternativa para atender comunidades fora dos contratos de concessão. Ele lembrou que, em Pernambuco, os contratos de concessão cobrem cerca de 724 comunidades rurais, enquanto o restante do território será atendido por modelos de gestão compartilhada e tecnologias sociais.

A Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) também esteve representada pela engenheira civil Norma Hidalgo Dixo, que apresentou a metodologia desenvolvida para o planejamento da universalização do saneamento rural no Distrito Federal. O estudo mostrou como o uso de dados georreferenciados e indicadores socioeconômicos tem permitido o aprimoramento das estratégias de atendimento e de planejamento no meio rural.

Na sequência, o subgerente de Geoprocessamento da Cagepa, Diego Varela, apresentou o tema “O uso do GIS na tomada de decisões no Saneamento Rural”, explicando como o geoprocessamento tem auxiliado as companhias estaduais na análise territorial, na definição de prioridades e no acompanhamento das ações de campo.

O encerramento do encontro foi dedicado ao compartilhamento de experiências entre as companhias associadas, à avaliação geral da reunião e à definição dos encaminhamentos futuros da Câmara Técnica. Representantes de companhias de todo o país participaram desse momento, relatando desafios locais, soluções inovadoras e boas práticas implementadas em seus estados.

Os participantes ressaltaram a importância do evento presencial como um espaço de fortalecimento técnico e institucional das empresas de saneamento, especialmente diante dos desafios de levar água tratada e serviços de esgotamento sanitário às populações rurais.

O coordenador da CTSR, Altamar Alencar, avaliou o encontro como um marco para o setor:

“Essa reunião consolida o esforço coletivo das companhias em pensar o saneamento rural de forma integrada. É um passo importante para ampliar o acesso à água tratada e ao esgotamento sanitário com soluções adaptadas às realidades de cada território”, destacou.

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