A Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento (Aesbe) realizou na manhã desta sexta-feira (3), de forma online, a reunião da Câmara Técnica de Projetos e Obras (CTPO). O encontro reuniu representantes de companhias associadas para discutir a obrigatoriedade do uso de medidores de vazão em elevatórias de esgoto, as dificuldades da contratação integrada em processos de licenciamento, a proposta de padronização de projetos entre as empresas e pareceres sobre ocupação de faixas de domínio. A pauta também incluiu a apresentação de uma tecnologia húngara de desidratação de lodo, que promete ganhos ambientais e econômicos ao transformar o resíduo em combustível sólido e fertilizante.
O primeiro ponto debatido foi a obrigatoriedade da macromedição em elevatórias de esgoto, prevista na NBR 12208. Além disso, alternativas como sistemas supervisórios de controle de vazão e a implantação de elevatórias no modelo booster.
Outro ponto tratado foi a padronização de projetos. A partir de dezembro, cada companhia apresentará estudos de caso sobre modelos já utilizados, criando uma base de referências comuns para futuras iniciativas. A coordenação ficará a cargo da CTPO, com cronograma de apresentações a ser definido.
A reunião contou ainda com a participação de Angelo Susin, da Inowest, que apresentou uma tecnologia húngara de desidratação de lodo. O sistema utiliza o próprio resíduo como fonte de energia, reduzindo em até 55% as emissões de gases de efeito estufa e produzindo pellets com poder calorífico semelhante ao da madeira, além de cinzas com potencial agrícola. A tecnologia, já presente em 35 países, começa a ser implantada no Brasil, com fabricação parcial em Santa Catarina, e tem retorno estimado entre dois e seis anos.
Ao final do encontro, ficou definido que a próxima reunião da CTPO será realizada em 28 de novembro, quando deverão ser retomadas as discussões sobre padronização de projetos e novas apresentações de tecnologias voltadas à inovação no setor de saneamento.