O presidente da Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento (Aesbe) e da Companhia Espírito Santense de Saneamento (Cesan), Munir Abud, participou nesta quarta-feira (6) do Congresso Internacional ALADYR Brasil, realizado em São Paulo (SP). Ele integrou o painel “O reúso de água como estratégia para acelerar a universalização do saneamento”, que reuniu especialistas e representantes do setor para discutir alternativas sustentáveis frente aos desafios do abastecimento em um cenário de escassez hídrica e mudanças climáticas. O painel também contou com a presença de Neuri Freitas, vice-presidente regional Nordeste I da Aesbe e presidente da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece).
Durante sua participação, Munir destacou a importância do reúso de água como solução concreta e viável para ampliar o acesso ao saneamento básico no Brasil. Ele apresentou experiências desenvolvidas no Espírito Santo, como a Estação de Produção de Água de Reúso (EPAR), implantada em parceria com o setor industrial. A iniciativa tem contribuído para a preservação dos mananciais, aumento da oferta hídrica e geração de receitas que fortalecem os investimentos na universalização dos serviços.
O presidente da Aesbe também ressaltou a necessidade de transformar as discussões técnicas e os conhecimentos compartilhados no congresso em ações práticas. “O grande potencial desses congressos não está apenas nas trocas que acontecem entre quatro paredes, mas no que cada um leva daqui e transforma em realidade nos seus territórios”, afirmou.
Munir ainda anunciou que a Aesbe está próxima de formalizar, junto à ALADYR e à Confederação Nacional da Indústria (CNI), um termo de cooperação técnica que irá apresentar uma “árvore de possibilidades econômicas” para o reúso de água no Brasil. A proposta visa identificar, de forma clara, os parques industriais com demanda potencial para uso de água de reúso, mapear as estações de tratamento de esgoto próximas e quantificar os ganhos econômicos tanto para a indústria quanto para as companhias estaduais de saneamento. “Estamos construindo uma base concreta para que uma prática ainda tímida no Brasil possa sair do papel e se transformar em política pública”, completou.
Já Neuri Freitas trouxe a perspectiva dos desafios enfrentados na região Nordeste e reforçou a necessidade de políticas públicas que incentivem soluções adaptadas às especificidades climáticas e socioeconômicas locais.
O evento, promovido pela Associação Latino-Americana de Dessalinização e Reúso de Água (ALADYR), reuniu operadores, reguladores, investidores e gestores públicos e privados. Com programação voltada para o debate sobre segurança hídrica e tecnologias de reúso e dessalinização, o congresso se consolida como um dos principais fóruns de discussão sobre o futuro do saneamento na América Latina. A edição de 2025 reforçou a urgência da adoção de soluções inovadoras e sustentáveis para garantir água de qualidade e ampliar o acesso aos serviços de abastecimento e esgotamento sanitário no país.