A Câmara Técnica de Recursos para Investimentos e Financiamento (CTRIF) da Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento (Aesbe) realizou nesta quinta-feira (26), de forma híbrida, uma reunião estratégica com representantes de bancos públicos e privados para debater o fortalecimento das linhas de crédito sustentáveis, com foco no programa Ecoinvest. O encontro contou com a presença de diversas companhias associadas à Aesbe, além de representantes do BNDES, Banco do Brasil, Itaú BBA, Santander e Caixa Econômica Federal.
O objetivo da reunião foi apresentar, discutir e alinhar as possibilidades de financiamento para projetos de saneamento básico que atendam aos critérios ambientais, sociais e de governança (ESG). O programa Ecoinvest, criado pelo governo federal como parte da estratégia de transição ecológica, tem como foco alocar recursos em projetos sustentáveis e de alto impacto socioambiental.
Durante o evento, representantes dos bancos detalharam as condições de acesso aos recursos do Ecoinvest, destacando a flexibilidade nas taxas, os critérios de elegibilidade e o processo de comprovação de impacto ambiental dos projetos. Na oportunidade, foi discutido a cobrança de maior agilidade dos bancos no atendimento ao setor, destacando a urgência dos investimentos para alcançar a meta de universalização do saneamento até 2033.
“O Ecoinvest é o segundo melhor produto financeiro para o setor, atrás apenas da linha ‘Saneamento para Todos’ com recursos do FGTS. Precisamos que os bancos estejam mais ativos para garantir a velocidade que o setor exige”, afirmou um participante da reunião.
Além das apresentações técnicas, houve espaço para troca de experiências entre as companhias, como o caso da Sanepar, que já utilizou recursos do FGTS e agora testa a linha Ecoinvest. O Banco do Brasil, por sua vez, explicou sua estrutura de análise e anunciou a possibilidade de reutilização dos recursos amortizados, o que amplia o alcance da linha no longo prazo.
Outro ponto alto da reunião foi a apresentação do BNDES, que está em fase de habilitação final para operar com recursos do FGTS por meio do programa “Saneamento para Todos”. O banco também reforçou sua atuação com linhas como o Fundo Clima, debêntures incentivadas e financiamentos atrelados à TLP.
A Caixa Econômica Federal encerrou a rodada de apresentações informando os avanços no sistema de comprovação e transparência de desembolsos e incentivou o uso de múltiplos agentes financeiros para ampliar a competitividade no setor.
A Aesbe encerrou o evento destacando a importância da colaboração entre o setor público e privado, da criação de novos produtos financeiros, e da modernização dos processos de análise e financiamento. A associação também reafirmou sua abertura para o diálogo contínuo com os bancos e os ministérios envolvidos.
“O desafio é imenso. Estimamos que serão necessários mais de R\$ 1 trilhão em investimentos até 2033. Precisamos de ousadia, inovação e agilidade para que o saneamento avance como direito e como vetor de desenvolvimento sustentável”, concluiu Sérgio, secretário executivo da Aesbe.