Valor Econômico
02/03/2021

Por Estevão Taiar

Ministro voltou a defender a aprovação de reformas que equilibrem os gastos públicos e disse que seria caótico para o país aprovar auxílio emergencial sem contrapartidas fiscais

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o Produto Interno Bruto (PIB) do ano passado terá uma queda um pouco menor do que 4%. “O Brasil vai cair um pouquinho menos do que 4%”, disse em participação gravada na sexta-feira no podcast Primocast e divulgada na manhã desta terça-feira. “Estamos começando a levantar de novo.”

 O Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) divulgará o resultado do PIB de 2020 nesta quarta-feira.

Guedes voltou a defender a aprovação de reformas que equilibrem os gastos públicos. “Se fizermos as coisas certas, as reformas que estão vindo, os juros continuam baixos”, disse.

Segundo o ministro, em um mês e meio neste ano o setor privado já captou R$ 33 bilhões para investimentos.

Ele ainda voltou a afirmar que o governo trabalha em um programa semelhante ao Bolsa Família. “Vamos chamar de Renda Brasil ali na frente”, disse

Auxílio e contrapartidas

O ministro defendeu que haja contrapartidas fiscais à nova rodada do auxílio emergencial de R$ 250. “Isso seria caótico para o Brasil”, disse, a respeito da possibilidade de aprovação do auxílio emergencial sem contrapartidas fiscais.

Segundo ele, a ausência dessas contrapartidas criaria uma espécie de efeito dominó. “Tentou empurrar os custos para as futuras gerações: os juros começam a subir, acaba o crescimento econômico, começa a confusão de endividamento em bola de novo, confiança dos investidores desaparece, interrompe geração de emprego e renda, aumenta o desemprego”, afirmou.

Guedes citou a aprovação das Propostas de Emenda à Constituição (PEC) Emergencial e do Pacto Federativo como um novo “marco fiscal” e um “protocolo de crise” que serviram como contrapartidas fiscais. 

O ministro notou ainda que o avanço da vacinação é “a coisa mais importante” a ser realizada no país atualmente e que a recuperação da atividade está ligado a isso. “A coisa mais importante que temos que fazer agora é a vacinação em massa”, sustentou.