Valor Econômico

10/09/2019  às 12h22
(Edna Simão e Lu Aiko Otta | Valor) Por Edna Simão e Lu Aiko Otta | Valor

BRASÍLIA – O subsecretário de Política Macroeconômica da Secretaria de Política Econômica (SPE), Vladimir Kuhl Teles, reforçou nesta terça-feira que a criação da nova modalidade de saque do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), com a retirada anual de recurso na data do aniversário, não implicará um aumento efetivo no volume de saques. Ou seja, segundo Teles, a medida não prejudicará o chamado funding – a obtenção de recursos – destinado a habitação, saneamento e infraestrutura urbana.

“Temos segurança em afirmar que não haverá aumento de saques do FGTS. Não coloca em risco o funding para habitação, saneamento”, disse.

Segundo Teles, todos os cuidados foram tomados para os investimentos do fundo não serem comprometidos. “Se houver aumento inesperado, há previsão da lei de ajuste de alíquotas para não ter risco ao funding”, complementou.

Para Teles, o saque do FGTS na data de aniversário teria mais impacto no longo prazo por reduzir a rotatividade no mercado de trabalho, desonerar o emprego e expandir o crédito. O estímulo ao crédito se daria porque os trabalhadores poderão antecipar os recursos via empréstimos bancários. Com a expansão dessa modalidade, o secretário espera uma redução do risco do crédito, o que implicaria uma melhora no ambiente do mercado financeiro, estimulando o crescimento.

Com o aumento do investimento e da produtividade, o efeito de longo prazo do saque aniversário será de expansão de 2,7% do PIB per capita em dez anos, segundo cálculos do governo. Em relação à população ocupada, estimase um impacto de 5,6%, com aumento de 2,9 milhões de postos formais.

No curto prazo, a modalidade de saque imediato de R$ 500, o impacto no acumulado em dois anos da medida deverá ser de 0,35% do PIB, sendo 0,14% em 2019 e 0,21% em 2020. Neste caso, os efeitos são esperados via aumento no consumo e redução do endividamento das famílias. Segundo Teles, o saque-aniversário aumenta o rendimento real do trabalhador no setor formal.

O secretário da SPE, Adolfo Sachsida, ressaltou que aumentar a poupança de maneira forçada é ineficiente e já deu errado no passado, citando o Programa de Sustentação do Investimento (PSI).