Valor Econômico
10/09/2020

Por Ivan Ryngelblum

Entraves legais e políticos dificultam desestatização, apesar de contrato já firmado com o BNDES

Apesar de o Conselho Mineiro de Desestatização (CMD) ter autorizado a assinatura de contrato com o BNDES para prestação de serviços técnicos necessários ao processo de desestatização da Copasa, dificilmente a empresa de saneamento mineira será privatizada. A avaliação é da XP Investimentos, que manteve a recomendação de venda para as ações ordinárias da companhia, com preço-alvo de R$ 46,00.

A probabilidade de a venda ocorrer é muito baixa, segundo o analista Gabriel Francisco, porque o governo estadual tem dificuldades de articulação política na Assembleia  legislativa, e uma privatização exigirá mudanças na Constituição do Estado.

Outro ponto que dificulta a venda é o acordo que a Copasa tem com Belo Horizonte, cidade responsável por 31% do faturamento da empresa. O contrato de programa tem cláusulas que levam à sua anulação em caso de privatização da empresa.

“Em virtude dos motivos apresentados acima, não achamos justa uma eventual valorização das ações da Copasa após notícias referentes à assinatura de contrato entre o Conselho Mineiro de Desestatização e o BNDES para estruturar a privatização da companhia”, diz trecho do relatório.

As ações ordinárias da Copasa subiam 1,56% na tarde desta quinta-feira, negociadas a R$50,13.