Neste 25 de julho, Aesbe celebra o Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e destaca a importância do saneamento como instrumento de equidade

No marco das comemorações do Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, a Aesbe destaca o papel fundamental do saneamento básico como instrumento de equidade e desenvolvimento. A data, estabelecida durante a 1ª reunião de Mulheres Negras em Santo Domingo em 1992, celebra as conquistas das mulheres negras e sublinha a luta incessante contra o racismo e a discriminação de gênero 

Por Michelle Dioum, com supervisão de Rhayana Araújo

Neste 25 de julho, Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, a Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento (Aesbe) enfatiza a importância do saneamento básico como uma questão de justiça social e igualdade de gênero. Esta data, estabelecida durante a 1ª reunião de Mulheres Negras em Santo Domingo, República Dominicana, em 1992, visa  promover a visibilidade e o reconhecimento das mulheres negras na sociedade, ao mesmo tempo que destaca a luta contínua contra o racismo e a discriminação de gênero.

Os impactos do saneamento na vida das mulheres são profundos. Além dos efeitos diretos na saúde, a falta da prestação adequada dos serviços afeta a educação e a economia feminina, visto que as mulheres são frequentemente responsáveis pelas tarefas domésticas e os cuidados com a família. No Brasil, o acesso ao saneamento básico afeta desproporcionalmente mulheres negras.

De acordo com um estudo da BRK Ambiental, conduzido pela Ex Ante Consultoria Econômica, baseado em dados de 2016 e 2019, a falta de saneamento atinge mais fortemente as mulheres, principalmente negras e chefes de família.  A pesquisa apresenta um aumento de 15,5% anual do número de brasileiras residindo em casas sem coleta de esgoto, saltando de 26,9 milhões em 2016 para 41,4 milhões em 2019. A falta de água tratada também aumentou, afetando 15,8 milhões de mulheres, com 2,5 milhões sem acesso a banheiro em casa. Doenças de veiculação hídrica resultaram em 26,3 milhões de casos de afastamentos, e a renda mensal das mulheres que vivem em residência sem banheiro é 66,7% inferior.

A equidade de gênero também é refletida na falta de saneamento. A situação é ainda mais dramática para as mulheres nas regiões Norte e Nordeste, onde uma em cada duas mulheres não tem acesso a água tratada. Os dados também mostram que o saneamento adequado poderia tirar 18,4 milhões de mulheres da pobreza, injetando R$ 13,5 bilhões na economia brasileira.

Os números do estudo ressaltam a urgência de agir para corrigir essas disparidades e garantir que todas as mulheres tenham acesso a serviços de saneamento básico. Desta forma, a celebração não se limita a comemorar as conquistas, mas serve como um lembrete da luta contínua pela garantia de direitos básicos para todas as mulheres. O trabalho desenvolvido pelas empresas estatais é vital para a promoção da  equidade de gênero e a melhoria na qualidade de vida em todo o país. Através de infraestrutura, investimentos e iniciativas, as associadas à Aesbe ampliam o acesso ao saneamento, reduzindo os impactos negativos na saúde, educação e renda das mulheres. Assim, a atuação destas empresas vai além da simples prestação de serviços, constituindo-se como um instrumento estratégico para a promoção da justiça social, ao contribuir para a redução de desigualdades e para a dignidade de milhões de brasileiras.

Neste Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, a Aesbe ressalta que a luta pela igualdade passa também pelo acesso a um saneamento básico de qualidade. Uma luta que é de todas e todos. É crucial destacar a necessidade urgente de universalização dos serviços no Brasil, não só por uma ótica  de infraestrutura, mas por uma questão de direitos humanos, equidade e dignidade.

Compartilhe

Confira também nossas publicações

Veja todas nossas
edições anteriores