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Da Redação | 05/06/2018, 18h23

Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) realiza audiência interativa com a participação do ministro da Integração Nacional, para tratar sobre a conclusão do projeto de transposição do rio São Francisco, principalmente os ramais que beneficiam Rio Grande do Norte e Paraíba.  Mesa: ministro de Estado da Integração Nacional, Antônio de Pádua de Deus Andrade; presidente da CDR, senadora Fátima Bezerra (PT-RN).  Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

O ministro da Integração Nacional, Pádua Andrade, afirmou que os estados do Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte receberão as águas da transposição do Rio São Francisco ainda em 2018. Convidado a falar em audiência pública pela Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR), nesta terça-feira (5), o ministro esclareceu principalmente sobre o andamento das obras no trecho do Eixo-Norte 1 e do ramal do Apodi, no Rio Grande do Norte.

No fim de abril, a empresa responsável pelas obras do Eixo Norte não cumpriu o cronograma previsto e o contrato de prestação de serviços foi rompido. Após a contratação de uma nova construtora, Pádua Andrade garantiu que o ritmo de trabalho está acelerado para a finalização das obras.

O ministro informou que atualmente os canteiros de obras têm turnos de 24 horas e mobilizam cerca de mil trabalhadores. Esse número deve subir para 3 mil até o fim do mês, com a inauguração da última estação elevatória do Eixo Norte em Salgueiro, Pernambuco.

As águas ainda terão que passar pelo reservatório de Jati, no Ceará, seguir até a Paraíba e só depois chegar ao Rio Piranhas no Rio Grande do Norte. A previsão é que isso ocorra até outubro.

As obras de transposição das águas do Rio São Francisco devem beneficiar 12 milhões de pessoas em 396 municípios de quatro estados: Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte. São 477 quilômetros de obras nos dois eixos (Leste e Norte), 27 reservatórios com barramentos e barragens, quatro túneis, 13 aquedutos e nove estações de bombeamento.

Barragem de Oiticica

Outra grande preocupação do governo é a construção da Barragem de Oiticica, entre os municípios de Jurucutu, Jardim de Piranhas e São Fernando.  Como o projeto inicial sofreu alterações, o ministro informou que os recursos são suficientes para apenas mais quatro meses. E seriam necessários ainda R$ 238 milhões para a conclusão do reservatório.

— Para esse recurso que a gente tem que buscar o apoio, encontrar uma alternativa. Essa obra não pode parar porque é maior obra hídrica do estado. E é fundamental a participação da bancada do Rio Grande do Norte [no Senado] — disse.

Nesse sentido, a senadora Fátima Bezerra (PT-RN), presidente da Comissão, recomendou uma audiência no Ministério do Planejamento.

— Considerando a urgência, sugiro ao ministro [Pádua Andrade] a solicitação dessa audiência o quanto antes. Convidar o próprio governador e, naturalmente, a bancada e as demais autoridades como o procurador-geral do nosso estado, Eudo Leite. Essa obra não pode mais sofrer atraso — ressaltou a senadora.

Também senador pelo Rio Grande Norte, José Agripino (DEM) destacou a necessidade de recursos federais e estaduais para perenizar os rios da região. O Nordeste já sofre há seis anos com a seca, amenizada apenas com algumas poucas chuvas nos primeiros meses de 2018.

— Nesse momento nós temos no conjunto das barragens do estado 30% do volume necessário. É o nosso “seguro-água”. Em função das chuvas que caíram, ainda que precariamente, teremos água até dezembro. Agora, o que vai ser dos próximos anos? — questionou.