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Produtores rurais teriam que se preocupar mais com conservação, afirmam secretário estadual e professora da Ufrgs

Os produtores rurais do Rio Grande do Sul poderiam obter um rendimento melhor de suas lavouras se fizessem o manejo correto do solo e de seus recursos hídricos. Poderiam, inclusive, ter perdas entre 20% e 25% menores na situação atual de estiagem e iminência de seca, se investissem no conhecimento para conservar e tornar seus terrenos mais estabilizados. O assunto foi tratado nessa terça-feira durante o 5º Fórum Estadual de Conservação do Solo e da Água, que lotou o auditório central do Parque de Exposições da Cotrijal, no segundo dia da 21ª Expodireto.

 O evento foi aberto pelo secretário da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Covatti Filho, que destacou à plateia o interesse que o governo tem no tema, desde a administração anterior. “Neste momento de crise hídrica, é interessante ver a presença do produtor neste evento. O manejo e a conservação correta da terra podem minimizar em muito os efeitos como os que estamos vendo neste momento. Incentivamos e continuaremos a incentivar a capacitação do produtor nesta direção”, salientou.

Esgotamento do solo

Um dos destaques do fórum, que teve a participação de técnicos da Embrapa e da academia, foi a palestra da professora Amanda Posselt Martins, da Faculdade de Agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), que abordou “A Correção do Solo em Áreas de Plantio Direto”. Amanda pontuou as práticas que o produtor precisa adotar para diminuir os riscos de esgotamento do solo, entre as quais a principal seria a calagem. Segundo a professora, a aplicação de cálcio e magnésio, a neutralização do alumínio fitotóxico, o M aumento da disponibilidade de macro e micronutrientes e o uso de matéria orgânica favorecem um solo mais rico, com melhor produtividade.

“Infelizmente, o que ainda se observa na maioria das propriedades que utilizam o plantio direto é que as recomendações de manejo são pouco praticadas. O produtor se limita muitas vezes a fazer o mínimo, que é revolver o solo com moderação”, disse Amanda. De acordo com a professora, é preciso que o agricultor entenda que a prática conservacionista dos terrenos contribui de maneira determinante para mitigar os efeitos do clima sobre as plantações, uma vez que um solo rico gera plantas mais robustas e resistentes, ao contrário das lavouras “sofridas” como as que se observa na estiagem. “É um investimento de longo prazo a conservação do solo, isto é o que produtor precisa entender”, concluiu

A promoção do Fórum foi da Cotrijal, da Secretaria de Agricultura, da Emater, da Embrapa Trigo, da CCGL e do Grupo Gestor do Programa Estadual de Conservação do Solo e da Água, entre outras entidades.

 Fonte: Correio do povo.