Folha de São Paulo
06/02/2020

Por Bernardo Caram

Secretário de Política Econômica afirma que, no momento, projeção está mantida em alta de 2,4%

As projeções do governo para o crescimento do PIB(Produto Interno Bruto) deste ano podem ser revistas se o surto do novo coronavírus persistir, afirmou nesta quinta-feira (6) o secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida.

Nos últimos dias, agentes do mercado financeiro já começaram a reavaliar as perspectivas de crescimento da economia brasileira deste ano diante dos possíveis efeitos gerados pela doença nas cadeias de produção e nas trocas comerciais.

Até o momento, entretanto, a equipe econômica não fez mudanças em suas previsões. A estimativa mais recente foi divulgada no meio de janeiro, quando a projeção oficial de crescimento para este ano foi revisada de 2,32% para 2,40%.

“Com as informações que temos hoje, estamos seguros da previsão. Se passar mais um mês, dois meses e a situação continuar aí, tem que ser reavaliado”, disse Sachsida à Folha. “Hoje, agora, não tem mudança. É 2,40% e fica do jeito que está. O que acontece é que se essa situação se expandir, não só o alcance, mas a duração, aí tem que ser revisto”.

As projeções econômicas elaboradas pela secretaria servem de base para as avaliações do andamento da política fiscal. Se houver uma expectativa pior para a atividade, por exemplo, a equipe econômica deve reduzir as estimativas de arrecadação de impostos.

Esses cenários são levados em conta nas avaliações bimestrais que servem de base para que o governo decida se precisa cortar ou não verbas de ministérios.

Com o surto do novo coronavírus, economistas preveem um crescimento menor neste ano para a economia chinesa, que paralisou parte de sua produção nas últimas semanas com o objetivo de conter o avanço da doença. A desaceleração no país pode gerar pressão negativa para a atividade global e afetar o Brasil.