Por Maria Luíza Filgueiras – Valor Econômico

03/09/2019 – 05:00

Mesmo em meio à mais lenta recuperação da economia brasileira, empresas de vários setores vão a mercado abrir o capital e, assim, levantar recursos para investir na ampliação de seus negócios. Pelo menos 14 ofertas de ações, estimadas em R$ 25 bilhões, estão prontas ou em preparação. A ideia é aproveitar a “reabertura” do mercado em meados deste mês, quando investidores americanos e europeus voltam das férias.

Algumas características desse movimento chamam a atenção por demonstrar confiança na retomada da economia: a maioria das ofertas programadas é primária, isto é, tem como objetivo vender parte do capital para abastecer o caixa e, consequentemente, realizar investimentos. Os setores mais presentes nesse pacote de emissões – construção civil e varejo – estão entre os mais sensíveis à recuperação da atividade no curto prazo.

Das operações previstas, oito são ofertas iniciais de ações (IPOs, na sigla em inglês): as da rede de joalherias Vivara, da varejista de capital holandês C&A, da empresa de saneamento Iguá e do banco BMG. A Saneago, também do setor de saneamento, ainda não fez registro na CVM, mas já contratou os bancos. Em fase inicial de preparação da oferta estão a construtora Kallas, a Saber, empresa de educação básica do grupo Kroton Educacional, e o banco digital Original, pertencente à holding J&F, controladora do frigorífico JBS.

Entre as ofertas subsequentes – de companhias que já abriram o capital e voltam ao mercado para vender novos lotes de ações – estão as das incorporadoras Eztec, Cyrela Commercial Properties (CCP), Trisul e Even. Eztec e Cyrela confirmaram ontem que avaliam realizar uma operação primária, informações antecipadas pelo Valor em 8 de agosto.

O Banco do Brasil e o Banco Pan também farão ofertas – a do BB será para capitalizar a União (acionista majoritária), a própria tesouraria do banco e o FI-FGTS; a do Pan tem dois objetivos: dar saída parcial à Caixa e também para o banco investir.