Valor Econômico
23/10/2020

Volume representa uma retração de cerca de 4% em relação ao mesmo período do ano passado

As emissões de debêntures incentivadas captaram R$ 2,97 bilhões em setembro, valor distribuído em nove séries vinculadas ao setor de Energia (distribuição, transmissão, eólicas, termelétricas e gás canalizado). No acumulado do ano, alcançaram R$ 16,9 bilhões, o que representa uma redução de 3,98% ante mesmo período do ano passado.

Esse volume, no entanto, já supera as emissões de 2017, até então o terceiro ano de maior volume de emissão de debêntures, na casa de 84,9%. As informações estão presentes na 82ª edição do Boletim de Debêntures Incentivadas, divulgado hoje pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia. “Isso confirma o início de um movimento gradual de recuperação do volume de emissões das debêntures”, avalia o ministério.

O prazo médio das emissões vem apresentando tendência de alta desde 2016, atingindo 12,3 anos no período de janeiro a setembro de 2020. Em igual período, a remuneração média das debêntures foi de Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) + 5,6% ao ano, superior à remuneração média verificada em 2019, de IPCA + 4,7% ao ano, e inferior à média estabelecida de IPCA + 6,6% em 2018.

As debêntures incentivadas de infraestrutura continuam apresentando no mercado secundário liquidez superior ao das debêntures não incentivadas. Em setembro último, as debêntures incentivadas apresentaram giro de 3,5% do estoque contra 3,4% das debêntures não incentivadas.

Entre as distribuições realizadas por meio de Oferta Pública (Instrução CVM nº 400/2003) e Oferta Restrita (Instrução CVM nº 476/2009), a participação dos investidores pessoas físicas alcançou o montante de R$ 28,9 bilhões até setembro de 2020, correspondendo a 30% das debêntures incentivadas de infraestrutura distribuídas desde 2012, cujo total acumulado alcançou o volume financeiro de R$ 97,5 bilhões.

Segundo informações divulgadas pelo Ministério da Economia, o total do Capex (Capital Expenditure – quantidade de capital das empresas destinado a investimentos em bens de capital), dos projetos já autorizados pelas portarias desde 2012, remonta ao valor de R$ 542,9 bilhões, sendo que, desse montante, R$ 332,2 bilhões estão vinculados às emissões de debêntures de infraestrutura. Existe, portanto, potencial de emissão de debêntures no valor de R$ 210,7 bilhões, correspondente a 653 portarias de projetos de infraestrutura já aprovados, distribuídos setorialmente da seguinte forma: Energia (74%), Transporte/Logística (21%), Saneamento e Mobilidade Urbana (4%) e Telecomunicações (1%).