Valor Econômico
07/02/2020

Por Edna Simão

Novo ministro deu ao presidente sua principal vitória em 2019, com a aprovação de uma reforma da Previdência

Principal articulador político da equipe econômica no Congresso Nacional, o ex-deputado e economista Rogério Marinho chegou a ganhar do chefe, o ministro da Economia, Paulo Guedes, o título de “senhor reformas”.

Marinho foi o relator da reforma trabalhista, aprovada ainda no governo do ex-presidente Michel Temer, quando era deputado do PSDB pelo Rio Grande do Norte. Como não conseguiu se reeleger em 2018, tornou-se secretário especial de Previdência Social do Ministério da Economia, no governo de Bolsonaro. Deu à administração do novo governo sua principal há 3 horas vitória em 2019, que foi a aprovação de uma reforma da Previdência, muito mais ambiciosa do que proposta encaminhada pela gestão anterior, de Temer.

Marinho costuma ser persistente na busca dos objetivos e não se dá por vencido nas negociações. Dos projetos que é designado a acompanhar no Congresso, sabe detalhes, preparando argumentos para contestar rapidamente críticas que surjam no caminho. No jogo político, é visto como um negociador aberto a ouvir, o que lhe permitiu conquistar o respeito do ex-colegas da Câmara e da equipe no Ministério da Economia.

Ao se revelar, na visão dos chefes, como hábil negociador, ganhou mais espaço e responsabilidades. Na Secretaria de Previdência, seu último desafio foi encontrar solução para a gigantesca fila de recebimento de benefícios no INSS. Saiu, no entanto, antes de resolver a encrenca.

Nascido em Natal (RN), Marinho foi deputado federal por três mandatos, período em que relatou o projeto que mudou as regras do Fies e atuou em defesa da modernização da legislação trabalhista. Foi vereador, presidente da Câmara Municipal de Natal, secretário municipal de Planejamento e secretário estadual de Desenvolvimento Econômico. É neto do ex-deputado federal Djalma Marinho.

Afável, Marinho tem o hábito de oferecer doces e chocolates a visitantes e interlocutores que visitam seu gabinete.

Paulo Guedes perde seu principal articulador junto ao Congresso, mas a pasta do Desenvolvimento Regional tem grande interface com o Ministério da Economia. É ali que o governo atende as demandas dos parlamentares em políticas sociais tais como o Minha Casa Minha Vida e obras de saneamento. Diante das restrições orçamentárias, o MCMV está praticamente parado. Esta será uma oportunidade para Marinho testar as boas relações com Guedes para tentar obter mais dinheiro para retomar o programa habitacional para pessoas de baixa renda.