Valor Econômico
17/12/2019

Por Álvaro Campos e Maria Luíza Filgueiras

A Cagece é controlada pelo governo do Ceará, com uma fatia de 88,4%, e a prefeitura de Fortaleza, com 11,4%; o restante está nas mãos de minoritários

A Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) protocolou prospecto preliminar na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para a realização de uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês).

A oferta será parte primária, com os recursos indo para o caixa da empresa, e parte secundária, sendo que, nesse caso, os acionistas vendedores são o governo do Ceará e a prefeitura de Fortaleza. A expectativa da Cagece é buscar aproximadamente R$ 1,5 bilhão em sua oferta pública inicial de ações, apurou o Valor.

A operação é coordenada por Bradesco BBI e XP Investimentos e deve ser feita por meio de units, que reúnem ações ON e PN. Uma fatia de no mínimo 10% será destinada a investidores não institucionais.

A Cagece é controlada pelo governo do Ceará, com uma fatia de 88,4%, e a prefeitura de Fortaleza, com 11,4%. O restante está nas mãos de minoritários.

Criada em 1971, a Cagece atende atualmente quase 5,4 milhões de clientes em 152 dos 184 municípios do Ceará. Na parte de abastecimento, a companhia possui mais de 14,7 mil quilômetros de redes e adutoras e 168 estações de tratamento de água. Já em esgotamento, são 4,89 mil km de redes e 277 estações de tratamento de esgoto.

Em 2018, a Cagece teve receita bruta de R$ 1,370 bilhão, com crescimento anual de 16,4%. O lucro líquido ficou em R$ 77,4 milhões, com expansão de 6.350%. A dívida líquida da companhia é de R$ 331,7 milhões.

No prospecto, a Cagece afirma que tem um grande potencial de expansão das suas atividades, especialmente na parte de esgotamento sanitário, a um baixo custo marginal.

Outras companhias do setor já estão na fila para ofertas no ano que vem: a Iguá (São Paulo), a Saneago (Goiás) e a Compesa (Pernambuco).