Valor Econômico
19/05/2020

Por Taís Hirata

Medidas para enfrentar a crise incluem ainda redução de despesas e revisão dos investimentos previstos

A Sabesp, companhia paulista de saneamento básico, já tem garantida a captação de R$ 4 bilhões de recursos neste ano, para reforçar o caixa da empresa em meio à crise, segundo Rui Affonso, diretor financeiro e de relações com investidores, que fala em teleconferência com investidores.

O grupo já realizou a 25ª emissão de debêntures, no valor de R$ 1,45 bilhão e prazo de 18 meses. O plano inicial era captar R$ 1 bilhão por um prazo um pouco menor, mas a empresa conseguiu ampliar a captação para garantir mais recursos.

A companhia também tem planos de contratar um empréstimo de R$ 600 milhões com o BID Invest. Recentemente, também recebeu autorização do governo federal para a emissão de R$ 1 bilhão de debêntures de infraestrutura incentivadas, o que será feito em momento  oportuno, segundo Affonso.

Esses recursos, somados a financiamentos já firmados com o Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), já somam R$ 4 bilhões de recursos garantidos.

“Esses são os movimentos que temos na mão, ou seja, autorizados ou em fase de desembolso. Vamos continuar a prospectar outras oportunidades de captações locais ou internacionais, com troca de moedas na origem”, afirma o executivo.

A companhia planeja demitir 998 empregados em fim de carreira, por meio de um programa de demissão incentivada, até dezembro de 2020.

As demissões já estavam nos planos da companhia. A ideia é que haja alguma reposição, parcial, dos funcionários. Trata-se de um movimento contínuo, segundo Affonso.

Ainda não há um cálculo de qual será o impacto nos resultados, mas estima-se que seja na casa das “centenas de milhares”. Esse efeito deverá aparecer apenas nos resultados de 2021.

Além dos cortes, a companhia planeja outras medidas para preservar o caixa da companhia diante da crise econômica.

Uma delas é a redução de R$ 360 milhões em despesas no exercício de 2020. Os investimentos também terão um corte: serão postergadas obras de R$ 300 milhões este ano, mas os projetos prioritários serão preservados, diz o executivo.

Haverá também uma substituição dos depósitos judiciais por seguro-garantia, o que deve ter “impacto significativo” e melhorar a liquidez da empresa, afirma Affonso.