Valor Econômico
20/01/2020

Por Rodrigo Polito

A contratação se dará na forma de locação de usinas sob o modelo de geração distribuída, na Bahia e no Ceará

O Banco do Brasil (BB) abriu licitação para a contratação de projetos de geração de energia solar fotovoltaica no Nordeste. A contratação se dará na forma de locação de usinas sob o modelo de geração distribuída, na Bahia e no Ceará. O pregão está marcado para 3 de fevereiro.

A previsão do banco estatal é que 122 agências bancárias baianas e 33 cearenses tenham a sua energia compensada com as novas usinas, proporcionando uma economia de R$ 56 milhões ao longo de 15 anos de contrato.

De acordo com o edital, foi estabelecida a geração mínima de energia fotovoltaica de 8 gigawatts-hora (GWh) por ano para os projetos na Bahia e de 2 GWh/ano para o Ceará.

Com a licitação, o BB chegará a sete unidades de geração distribuída de energia solar contratadas. A primeira geradora, em Minas Gerais, foi contratada da EDP e está prevista para entrar em operação no próximo mês.

As três unidades seguintes, em Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal, foram contratadas da Sices Brasil. E a quinta unidade foi contratada da Yes Energia Solar, para atender o Pará.

Juntas, as cinco unidades vão fornecer 32 GWh/ano, volume equivalente ao necessário para abastecer 13,3 mil residências.

Além da locação de usinas solares no modelo de geração distribuída, outra alternativa utilizada por empresas e indústrias para adquirir energia de fonte solar é por meio de usinas de grande porte no mercado livre de energia.

Levantamento feito pela Clean Energy Latin America (Cela), que será lançado nesta semana, indica a existência de 58 contratos de fornecimento de energia de longo prazo (PPA, na sigla há 3 horas em inglês) de usinas solares de grande porte no mercado livre já assinados ou em negociação avançada entre as partes. Esses contratos totalizam uma capacidade de 6,3 gigawatts-pico (GWp) – unidade de potência para fonte solar.

De acordo com o estudo, desse total, 27 contratos já estão assinados e totalizam 2,3 GWp de capacidade, quantidade equivalente a capacidade de todo o parque gerador solar em atividade no Brasil hoje, destaca Camila Ramos, diretora geral da Cela.

Os projetos já contratados no mercado livre negociaram um volume de energia de 672,4 megawatts (MW) médios, em contratos com variados tipos de prazo, podendo chegar até a 20 anos.

Entre os empreendimentos identificados no estudo existem projetos híbridos – que tem uma parte da energia negociada em leilões e outra no mercado livre -, mas a maioria são exclusivos para o ambiente de livre contratação.

Embora o estudo não indique o preço dos contratos, a diretora da Cela afirmou que os empreendimentos são “altamente competitivos com projetos eólicos”.