Por Assessoria de Comunicação da Compesa e da Aesbe
Com a participação de representantes de 22 Companhias Estaduais de Saneamento, foi realizada nesta terça-feira, 30, a Assembleia Geral Ordinária (AGO) da Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento (Aesbe), para a eleição da nova Diretoria da entidade, composta pelo Presidente, Vice-presidentes Regionais e Conselho Fiscal. O engenheiro civil Marcus Vinícius Fernandes Neves, presidente da Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa), foi o escolhido – por unanimidade – para presidir a Aesbe pelos próximos dois anos, em substituição ao administrador Roberto Tavares, que conduziu a entidade por cinco anos, em paralelo a sua gestão à frente da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa). Para o cargo de vice-presidente da Aesbe, foi escolhido Ricardo Soavinski, presidente da Companhia de Saneamento de Goiás (Saneago), que já ocupa o cargo atualmente.
Ao assumir a presidência da Aesbe, Marcus Vinicius parabenizou a gestão de Roberto Tavares como comandante da instituição, afirmando que ele teve papel fundamental na articulação com os governadores, deputados e senadores para barrar as Medidas Provisórias 844 e 868, editadas pelo governo Federal, além da reestruturação da entidade e melhoria da governança por ele empreendida.
Vinicius irá comandar uma entidade com 34 anos de existência, que congrega 26 Companhias Estaduais de Saneamento, e atua em mais de quatro mil municípios brasileiros, o que corresponde a 75% do atendimento dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário no País. Em seu primeiro discurso, defendeu como prioridade da sua gestão trabalhar o Marco Regulatório do Setor de Saneamento, para que seja construída uma legislação que garanta segurança jurídica e que permita também justiça social. Ele lembrou que as MPs que perderam validade foram substituídas pelo Projeto de Lei 3261, que já tramitou no Senado em primeira votação e se encontra na Câmara Federal. “O processo de saneamento é complexo, amplo, mas estou confiante no diálogo e entendimento com os deputados para que cheguemos a um modelo de Marco Regulatório para buscarmos a tão sonhada universalização dos serviços de saneamento e uma melhor prestação de serviços para o povo brasileiro”, afirmou o novo titular da Aesbe.
Roberto Tavares foi eleito presidente da Aesbe por duas vezes e teve o mandato estendido até este dia 30 de julho. A decisão de prorrogar o seu mandato foi um consenso dos associados em função das Medidas Provisórias editadas pelo governo federal em 2018, propondo mudanças no saneamento, sem ouvir o setor. O ex-titular da Aesbe lembrou que a alteração do Marco Regulatório era uma bandeira defendida pela entidade com vistas à definição de novas regras para ampliar os serviços de saneamento no País. “Fomos surpreendidos com a falta de diálogo do Governo Federal, que preferiu editar Medidas Provisórias ao invés de construir, com o setor, um Projeto de Lei. Tivemos o firme apoio dos governadores e dos Deputados Federais no Congresso Nacional para derrubar as MPs, o que acabou acontecendo”, relembrou.
Segundo Roberto Tavares, o setor de saneamento ainda é muito atrasado na infraestrutura brasileira e por isso é necessário unir o público e o privado. “Precisamos dessa parceria para que o saneamento possa chegar em todas as regiões do Brasil, independente de serem ricas ou pobres, de estarem próximas a fontes hídricas ou distantes. Precisamos de um saneamento que inclua todos os brasileiros”, argumentou Tavares. Ele lembrou que o setor investe hoje entre R$10 a R$12 bilhões por ano no Brasil e é necessário dobrar esse volume de recursos para antecipar o prazo de universalização dos serviços.
O fortalecimento do setor via Companhias Estaduais de Saneamento também foi compartilhado pelo governador de Pernambuco, Paulo Câmara, que esteve presente na reunião realizada nesta terça-feira, dia 30. Ele lembrou que há problemas históricos no setor, que não podem mais ser adiados. “Ficamos apreensivos com o processo mal conduzido pelo Governo Federal ao editar medidas provisórias para regular o setor, sem qualquer discussão com os gestores públicos, mas estou confiante na aprovação de um texto na Câmara Federal que permita avanços para o setor”, afirmou o governador de Pernambuco.
O mandato do novo presidente da Aesbe, Marcus Vinicius, segue até 2021, assim como dos Vice-Presidentes Regionais e do Conselho Fiscal.
Diretoria eleita da Aesbe para o biênio 2019/2021
Presidente: Marcus Vinícius Fernandes Neves, da Cagepa (Companhia de Água e Esgotos da Paraíba).
Vice-presidente: Ricardo Soavinski, da Saneago (Companhia de Saneamento de Goiás).
Vices-presidentes Regionais:
Região Centro-Oeste
Ricardo Soavinski –Saneago
Região Norte
Armando do Valle, da Cosama (Companhia de Saneamento do Amazonas).
Região Nordeste 1
Neuri Freitas, da Cagece (Companhia de Água e Esgoto do Ceará).
Região Nordeste 2
Rogério Cedraz,da Embasa (Empresa Baiana de Águas e Saneamento).
Região Sudeste
Carlos Eduardo Tavares de Castro, da Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais).
Região Sul
Cláudio Stábile, da Sanepar (Companhia de Saneamento do Paraná).
Conselho fiscal:
-Roberta Maas, da Casan (presidente da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento).
-James da Silva Serrador, da Caer (Companhia de Águas e Esgotos de Roraima).
-Roberto Sérgio Ribeiro Linhares, da Caern (Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte).
Mini Currículo do novo presidente da Aesbe
Natural da cidade de João Pessoa (PB), Marcus Vinícius Fernandes Neves é formado em Engenharia Civil, e Bacharelado em Direito, pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). É especialista em Direito Urbanístico, pela PUC Minas, e possui MBA em Gerenciamento de Projetos, pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). É engenheiro civil dos quadros da Caixa Econômica Federal e, enquanto esteve na instituição, atuou como gerente Executivo de Governo da Caixa e instrutor e tutor da Universidade Caixa, chegando à superintendência regional do banco, de 2017 a 2018. Esta já é a segunda gestão de Marcus Vinícius na presidência da Cagepa: a primeira foi entre os anos de 2015 a 2017. Naquele período, também acumulou os cargos de vice-presidente da Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento (Aesbe) e membro efetivo do Conselho Deliberativo do Sebrae.