Com informações da Embasa
O ano de 2021 foi marcado pela crise da escassez hídrica que afetou bastante o setor elétrico, quando em outubro o país chegou à beira de sofrer um apagão. A escassez de chuvas e consequente esvaziamento dos reservatórios fez com que as tarifas de energia apresentassem grande elevação ao longo do ano, impactando fortemente o caixa das empresas e o bolso dos consumidores, tendo sido um dos maiores responsáveis pela inflação de 2021, segundo o relatório Focus do Banco Central.
Em momentos de crise hídrica, a conta sempre é repassada para o consumidor, seja através da cobrança de bandeiras tarifárias, encargos setoriais ou reajustes tarifários acima da inflação oficial. A Empresa Baiana de Saneamento (Embasa), um dos maiores consumidores de energia do Estado, registrou uma despesa com energia elétrica em 2021 de cerca de R$ 357 milhões. Apesar do elevado valor, essa despesa poderia ser maior não fossem as estratégias e ações desenvolvidas pela empresa na capital e no interior, que proporcionaram, no ano passado, uma economia de R$ 55 milhões de reais.
Somente a contratação de energia no mercado livre foi responsável pela economia de R$ 49,1 milhões, sendo grande parte devido ao fato das unidades neste mercado não sofrerem incidências de bandeiras tarifárias (R$ 28,6 milhões). A contratação de energia a preços inferiores aos da Coelba garantiu outros R$ 5,8 milhões e os descontos de 50% nas tarifas de demanda e consumo na ponta por contratar energia diretamente de fontes renováveis possibilitou a companhia economizar R$ 14,6 milhões.
Ações executadas diretamente pelas unidades regionais da Embasa, como controle de demanda e reativo excedente e a contestação de faturas e ressarcimentos por parte da Coelba geraram uma economia de R$ 3,2 milhões ao longo do ano.
Em abril de 2021, foi finalizado o processo de aquisição e transferência da Subestação Paraguaçu (SE) da Coelba para a Embasa. Com isso, a ETA de Feira de Santana pôde ser enquadrada como consumidor A3 (69 KV) ao invés de A4 (13,8 KV). Em 8 meses, a partir da transferência da SE, foi possível economizar R$ 2,81 milhões.
A Gerência de Energia Elétrica, área responsável pela política e diretrizes no uso racional e gestão eficiente da energia, atribui os resultados expressivos a uma estratégia de cada vez mais aderir a soluções de mercado, buscando adotar alternativas norteadas em três pilares: eficiência na contratação da energia, eficiência na gestão e eficiência no consumo.
Ainda em 2021, a Embasa finalizou o processo da Chamada Pública para contratação de energia renovável de longo prazo. A partir de 2024, a empresa terá 95% de seu consumo no mercado livre e 60% de sua demanda de energia elétrica atendida por usinas eólicas e fotovoltaicas.