O segundo dia do 44º Encontro da Câmara Técnica de Controle de Qualidade (CTCQ), promovido pela Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento (Aesbe) em parceria com a Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa), trouxe à tona discussões de alta relevância sobre o futuro do controle de qualidade na gestão de recursos hídricos. Com uma programação repleta de temas técnicos e inovadores, os participantes tiveram a oportunidade de explorar novas metodologias, tecnologias emergentes e as implicações das mudanças climáticas sobre a qualidade da água.
O dia começou com uma análise sobre a Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) utilizando o método respirométrico, conduzido por especialistas do Grupo de Trabalho 7 (GT7) da CTCQ. Essa técnica avançada permite uma avaliação mais precisa da carga orgânica presente nos corpos hídricos, essencial para a eficiência no tratamento de esgotos e preservação dos recursos hídricos.
Seguindo essa linha, o evento abordou o impacto das mudanças climáticas na proliferação de cianobactérias, um dos grandes desafios na gestão da qualidade da água. As cianobactérias, organismos capazes de produzir toxinas, têm se tornado uma preocupação crescente devido ao aumento das temperaturas globais, que favorece sua proliferação. Esse fenômeno, abordado pelo GT4 da CTCQ, destacou a necessidade de monitoramento constante e estratégias de mitigação eficazes.
No campo das inovações, o uso de inteligência artificial (IA) foi discutido como uma ferramenta promissora na integração de sistemas de gestão da qualidade (SGQ). A aplicação de IA, explorada pelo GT3, visa aprimorar a eficiência operacional e a tomada de decisões nos processos de controle de qualidade, possibilitando uma gestão mais proativa e precisa.
Outra apresentação de destaque foi realizada pela Fiocruz-BA, que discutiu o monitoramento de patógenos (re)emergentes, ressaltando a importância da vigilância contínua em um cenário global onde novas ameaças à saúde pública podem surgir a qualquer momento. Essa discussão foi complementada por uma análise sobre os contaminantes emergentes, apresentada pela Eurofins, que destacou substâncias de difícil remoção nos processos convencionais de tratamento de água.
A tarde foi marcada por um olhar voltado à modernização dos laboratórios de análise com o uso de robótica, uma tendência que promete revolucionar a forma como os laboratórios operam, proporcionando maior precisão e agilidade nos processos de teste e validação de amostras.
Por fim, o tema das substâncias per e poli-fluoralquiladas(PFAS), conhecidas por sua persistência ambiental e potenciais riscos à saúde, encerrou o dia de debates técnicos. A Intertek conduziu essa discussão, alertando para a necessidade de métodos mais eficazes de detecção e remoção dessas substâncias dos sistemas de abastecimento.
O dia finalizou com uma visita aos estandes dos fornecedores, onde os participantes puderam conhecer de perto as soluções tecnológicas mais recentes oferecidas ao setor, fomentando a troca de conhecimentos e a criação de parcerias estratégicas.