Nesta terça-feira(27), a Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento (Aesbe) promoveu um webinar para o lançamento do estudo “Atualização das Análises dos Déficits de Atendimento e dos Investimentos Realizados nos Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário”. O evento, está disponível no canal do YouTube da Aesbe e o estudo pode ser acessado no site da Aesbe.
O estudo apresentado por Adauto Santos, engenheiro sênior e consultor da Aesbe, destacou as dificuldades em alcançar a universalização dos serviços de água e esgotamento sanitário, especialmente nas áreas rurais do país. De acordo com Santos, o Brasil ainda precisa ampliar os serviços de água para 11,2 milhões de habitantes, sendo 65% dessa população residente em zonas rurais. No que se refere ao esgotamento sanitário, o desafio é ainda maior, com a necessidade de atender a novos 53,6 milhões de brasileiros, dos quais 36% também vivem em áreas rurais.
Com base em dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), o estudo revelou que, em 2022, 30,3 milhões de habitantes no Brasil ainda não tinham acesso à rede de distribuição de água. Em relação ao esgotamento sanitário, o déficit é ainda mais alarmante, com 90,3 milhões de pessoas não atendidas. Santos ressaltou que, embora os investimentos no setor tenham apresentado crescimento, como o aumento de 20,3% em 2022 em comparação com a média dos últimos 21 anos, ainda há muito a ser feito. “O patamar de investimentos, embora significativo, precisa ser intensificado para alcançar a universalização”, disse o consultor.
O webinar foi moderado pela professora Tathiana Chicarino, coordenadora de Graduação da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP), e o debate foi enriquecido pela participação de Manuelito Magalhães, presidente da Sanasa Campinas e vice-presidente da Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento (Assemae).
Além disso, o webinar contou com a participação de Sérgio Gonçalves, secretário executivo da Aesbe, que destacou a importância dos estudos da Série Universalizar para orientar as políticas públicas e os investimentos no setor. “Estes estudos são fundamentais para compreendermos os desafios que ainda precisamos enfrentar e para traçarmos estratégias eficazes que nos levem à universalização dos serviços de saneamento no Brasil”, afirmou Gonçalves.
Ao final do evento, Adauto Santos reiterou que, apesar dos desafios, há uma crescente mobilização e interesse no setor, tanto de prestadores públicos quanto privados. No entanto, ele apontou que, para alcançar a universalização, é essencial intensificar os investimentos, especialmente nas áreas de baixa renda e nas zonas rurais. “O caminho para a universalização do saneamento no Brasil é longo, mas estamos avançando. Precisamos de um esforço conjunto e contínuo”, concluiu.
Sobre o estudo e a Série Universalizar
O estudo apresentado hoje faz parte da Série Universalizar, que é uma iniciativa da Aesbe para disseminar conhecimento e promover a discussão sobre os principais desafios e soluções no setor de saneamento básico. Com base em dados do Plansab e do SNIS, o estudo fornece uma análise detalhada dos déficits de atendimento e dos investimentos realizados no setor ao longo dos últimos 21 anos, oferecendo uma visão clara dos passos necessários para alcançar a universalização dos serviços no Brasil.