Segurança da mulher é pauta na Cedae

Com informações da Cedae

Como parte da programação especial do Mês da Mulher, o laboratório Manancial da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) recebeu, nesta terça-feira (15/03), a diretora-presidente do Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro (ISP), Marcela Ortiz. A advogada e delegada de Polícia Civil apresentou para um público de colaboradores da Cedae o Dossiê Mulher 2021, estudo que analisa dados da segurança pública do Estado do Rio de Janeiro referentes a crimes cometidos contra as mulheres.

“A violência contra a mulher vai além da segurança pública. É algo que atinge nossas vidas. O machismo estrutural está enraizado na nossa sociedade. O primeiro passo para entender o problema é saber que ele existe e, a partir disso, ver como conseguimos buscar uma solução. Com o estudo, queremos levantar dados para ajudar a criar políticas efetivas, estimular a discussão do tema e conscientizar a sociedade”, disse.

Em sua 16ª edição, o Dossiê Mulher foi feito com base em informações coletadas em 2020. Durante a apresentação, Marcela mostrou que os dados de violência contra a mulher caíram em relação aos anos anteriores (foram 98 mil vítimas em 2020), mas que isso não necessariamente representa uma redução de crimes cometidos.

“O nosso maior desafio foi analisar os índices em um ano atípico, de auge da pandemia da Covid, em que o fator do isolamento social foi muito forte. Muitas vezes presas em casa com seus agressores, as mulheres tiveram mais dificuldade para registrar uma ocorrência, seja pela dificuldade de acessar o computador ou fazer a denúncia por telefone no mesmo ambiente do agressor”, contou.

A presidente do ISP aproveitou a oportunidade para esclarecer sobre os tipos de violência cometida contra as mulheres (física, sexual, psicológica, moral e patrimonial) e mostrar o panorama geral dos crimes, incluindo estatísticas e perfil das vítimas. Em relação ao feminicídio, crime caracterizado pelo assassinato de uma mulher por conta do seu gênero, o documento levantou 78 casos no ano de 2020.

“A partir das estatísticas levantadas pelo dossiê, o governo estadual criou dois programas: o Núcleo de Atendimento aos Familiares de Vítimas do Feminicídio e o treinamento de policiais militares com o intuito de garantir o cumprimento de medidas protetivas contra agressores – esclareceu Marcela, que coordenou o Núcleo de Investigação de Feminicídio da Divisão de Homicídios”, ressaltou.

O painel contou ainda com a participação do diretor-presidente da Cedae, Leonardo Soares, que solicitou a orientação da profissional sobre como intensificar o envolvimento da Companhia no combate à violência contra a mulher.

“A primeira etapa é ter consciência do problema. Ouvir essas mulheres e oferecer ajuda. Para a empresa, um bom passo é criar um canal de acolhimento para aquelas que sofrem algum tipo de violência. E estabelecer um ambiente de trabalho que promova a igualdade de gênero em todos os setores”, aconselhou.

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