Por Michelle Dioum, com supervisão de Rhayana Araújo
Na terça-feira, 3 de outubro, durante o 34º Encontro Técnico AESabesp e a Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente (Fenasan) 2023, o secretário executivo da Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento (Aesbe), Sergio Gonçalves, integrou o “Painel: Indicadores de Melhoria na Qualidade de Vida da População nos Municípios”. O objetivo central do painel foi apresentar indicadores que comparassem a qualidade de vida em municípios com saneamento universalizado àqueles com serviços menos eficientes. O evento, realizado pela AESabesp, segue até quinta-feira (5) no Expo Center Norte, em São Paulo, tendo como tema central “Saneamento Ambiental na Globalização do Desenvolvimento Sustentável”.
Coordenado por Hilton Alexandre, Nilzo Fumes e Pierre Siqueira, todos representantes da Associação dos Engenheiros da Sabesp (AESabesp), o painel contou ainda com palestras de Luana Pretto, presidente do Instituto Trata Brasil, e do consultor Rodolfo Costa e Silva.
O secretário executivo da Aesbe, Sergio Gonçalves, destacou a importância de se ter uma visão crítica sobre os números e as percepções em torno do saneamento. “Todos os anos, eu me absteria de dizer o que vou falar agora. Muitos podem pensar que o saneamento se limita apenas à engenharia e a números frios, mas não é bem assim. A visão que temos sobre o saneamento é semelhante à forma como enxergamos um copo: para alguns, ele pode estar meio cheio, enquanto para outros, está meio vazio. Depende da perspectiva. A estatística é uma ferramenta fundamental para as pesquisas. Usamos estatísticas o tempo todo e é essencial fazê-lo, pois são indicadores valiosos. No entanto, há quem diga que ‘a estatística é a arte de torturar os números até que eles confessem o que você quer‘. O que quero dizer é que precisamos ser críticos, mesmo quando analisamos números. Os números por si só podem não revelar toda a história, especialmente as desigualdades que podem estar escondidas atrás deles”, afirmou.
Sergio ressaltou a relevância do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) no cenário nacional, a necessidade de valorizar pesquisas e o papel vital do saneamento nas vidas das pessoas. “Usamos o SNIS, apesar de seus problemas, pois é o melhor que temos. Para um país do nosso tamanho, o SNIS é um exemplo. Mas é importante não basearmos nossas opiniões apenas em suposições. Precisamos valorizar a pesquisa e a ciência. Estamos cansados de opiniões superficiais e precipitadas. Saneamento é um tema complexo, pois trata diretamente da vida das pessoas. Quando tratamos deste assunto, estamos discutindo aspectos fundamentais, como a ESG, que é um pilar de nossos estudos e técnicas. Atualmente, a Aesbe está presente em 23 estados da federação com 24 associados, tornando-nos a maior associação de prestadores de serviços de saneamento no país. A força da associação reside em sua experiência, com muitos membros tendo mais de 50 anos de dedicação ao setor”, enfatizou.
O secretário pontuou a importância das Câmaras Técnicas no legado da Aesbe e a necessidade de evolução contínua no setor. “As câmaras técnicas são a espinha dorsal da Aesbe, com seus 39 anos de existência. Elas produzem pareceres, notas e posições. Não basta apenas tempo no setor para estar certo; é preciso estar aberto à renovação e ao aprendizado contínuo”, concluiu.
Ao final dos debates no painel, chegou-se à conclusão de que um bom saneamento é essencial para a prevenção de doenças em saúde pública. À medida que mais pessoas têm acesso a esses serviços, a incidência de enfermidades tende a diminuir. Essa meta é plenamente atingida em cidades onde o saneamento é ofertado de maneira integral. Isso significa lugares que garantem água de qualidade para todos os seus habitantes e que asseguram o correto encaminhamento e processamento de resíduos para todas as residências. Para mais informações sobre esta edição do 34º Encontro Técnico AESabesp/Fenasan 2023, visite o site oficial: fenasan.com.br.
