Os desembolsos do BNDES encerraram 2017 em R$ 70,8 bilhões, uma queda de 19% diante do verificado em 2016. O banco, responsável no país por financiar principalmente projetos de longo prazo, emprestou R$ 17,4 bilhões a menos no ano passado em relação aos R$ 88,2 bilhões registrados um ano antes.
O desembolso é a fase final de um empréstimo do BNDES. É quando, efetivamente, os recursos são disponibilizados aos clientes que contrataram o banco. Os valores incluem operações diretas e indiretas feitas pelo banco.
Segundo a instituição, a queda ocorreu em razão da menor demanda pelos recursos do banco, reflexo da crise econômica que adiou decisões de investimento das empresas.
Empresários, contudo, se queixaram de que o banco ficou mais criterioso na concessão de crédito principalmente após a revelação de esquemas de desvios da Lava Jato.
Segundo o diretor de Planejamento, Crédito e Tecnologia do banco, Carlos Alexandre da Costa, contudo, o impacto mais forte da Lava Jato ocorreu em 2016. No ano passado, o impacto teria sido marginal, com o banco voltando a operar em bases normais.
Os dados do balanço de 2017 ainda não estão fechados e são passíveis de pequenas alterações. A diretoria do banco decidiu antecipar a divulgação, esperada para 30 de janeiro, para o dia 10. O valor dos desembolsos de 2017 foram adiantados à Folha por Costa.
A queda dos desembolsos em 2017 foi a terceira seguida. Em 2014, somaram R$ 187,8 bilhões. A partir do ano seguinte, quando a cifra caiu 27%, para R$ 135,9 bilhões, os valores recuaram sistematicamente. Nos últimos dois anos, a queda acumulada é de 62,3%.