Estadão

Humberto Dantas
31/10/2019

Autor do texto: Lucas Porto é líder MLG pelo Master em Liderança e Gestão Pública – MLG , bacharel em Relações Internacionais e MBA em Economia. Já atuou na área de inteligência de consultoria e hoje gerencia a área de desenvolvimento e liderança no CLP – Liderança Pública.

Neste conteúdo, Lucas fala sobre a importância da Liderança Pública no processo de reconstrução e visão de longo prazo. Confira:

É inegável que estamos enfrentando desafios globais (e locais) muito árduos. Desigualdades, mudanças climáticas, epidemias e doenças antigas que estão ressurgindo, etc, etc, etc. A lista é longa. São problemas complexos, dadas as múltiplas causas que se conectam entre si e que mudam a cada momento, e os efeitos que se potencializam mutuamente.

Mais do que isso, estamos vivendo um paradigma, majoritariamente em países em desenvolvimento, entre problemas do passado (saneamento básico, por exemplo) e problemas do futuro (desemprego devido ao uso de tecnologia). Frente a este cenário, quando tudo é tão grande e complexo que parece impossível resolver, o que se poder ser feito?

Investimento em GENTE.

Existem muitas soluções que devem ser tomadas ao mesmo tempo em diversos âmbitos, e rápido! Porém, nada funcionará, especialmente a longo prazo, se não conseguirmos ter melhores pessoas participando e liderando a implementação destas soluções.

É simples: somos a fonte de todos os problemas, mas somos também a primeira solução.

Dentro deste espectro, é muito importante olharmos para a liderança pública. Apesar da liderança pública ser um termo abrangente, pois seus atributos são aplicados à todas pessoas, é imprescindível que olhemos para aquelas que e estão à frente de cargos públicos. São elas que estão governando os Municípios, os Estados ou o País! Por isso, elas devem ser as melhores.

Precisamos cobrar e desenvolver lideranças públicas que tenham visão de longo prazo e que pensem o país para além de um mandato político. Mais do que isso, essas pessoas precisam ter a consciência que a resolução destes problemas passa por uma atuação em rede e, mais profundamente, por uma construção de uma cultura política comunitária. Precisamos (re)construir, especialmente no Brasil atualmente, um senso que estamos no mesmo barco e que, apesar de diferenças grandes, temos semelhanças. Esse é o desafio maior que as lideranças públicas precisaram olhar. A guinada do Brasil precisa passar, para além de reformas econômicas e sociais, numa reforma de nossa cultura política.