Portal do Saneamento Básico
21/09/2020

Desenvolvido para possibilitar às empresas de saneamento básico identificar, solucionar e realizar a gestão dos desafios diários no combate às perdas físicas e comerciais de água, o SmartAcqua agrega conceitos e algoritmos evoluídos nos últimos 20 anos com a prática de campo.

Vazamentos, submedição da água, fraudes, consumos não autorizados, tecnologias e equipamentos obsoletos são as causas mais comuns de perdas de grandes volumes de água no sistema de distribuição, o que não apenas acarreta grandes prejuízos financeiros para as empresas de saneamento básico e para o consumidor final, como também, e principalmente, representa o mau uso e desperdício de um bem precioso, escasso e fundamental para a vida humana e para o planeta como um todo. Dados do Instituto Trata Brasil revelam que em média são perdidos 40% da água potável produzida no país, o dobro do que ocorre na China e bem acima do registrado nos EUA que é de 12%. A situação é ainda mais grave se considerarmos que grande parte das empresas de saneamento básico não possui sistemática eficaz para o combate e gestão das perdas de água de uma forma amigável, operacionalmente falando.

Um estudo do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), cuja base de dados reúne informações de prestadores estaduais, regionais e municipais de serviços de acesso à água, coleta e tratamento de esgoto, além de resíduos sólidos, revelou que a média das perdas de água no Brasil em 2017 foi de 39,21%, ficando 24 pontos percentuais acima da média dos países desenvolvidos, que é de 15%. Em valores, essas perdas superam a casa dos R$ 11 bilhões ao ano.

Essas foram algumas das razões que motivaram Enéas Ripoli, que atua há 40 anos no desenvolvimento e implementação de tecnologias para gestão de processos industriais e serviços de infraestrutura e há 20 anos Nova solução utiliza de Inteligência Artificial para combater e reduzir as perdas de água 21/09/2020 como CEO da GestÁgua, consultoria especializada na gestão de perdas de água, a unir forças com Hélio Samora, que possui mais de 30 anos de experiência em distribuição e implementação de soluções de TI para diversos segmentos industriais e fundador e CEO da Industrial IoT Solutions. Juntos eles criaram e estão oferecendo ao mercado o SmartAcqua Solution, uma solução inovadora que reúne numa única plataforma informações estatísticas, funcionalidades e sofisticados algoritmos que permitem analisar e gerenciar todos os itens relacionados ao combate das perdas de água potável. Com essa ferramenta é possível identificar onde, como, quanto e porque essas perdas estão ocorrendo e ainda possibilita estabelecer um planejamento das ações que devem ser tomadas para minimizar substancialmente o problema.

“Nossa metodologia foi criada e aprimorada de forma sistemática nos últimos 20 anos, validada com pesquisas de campo e projetos de combate a perdas de água sob performance em que a remuneração do prestador de serviços está comprometida com os resultados alcançados, e que agora foi incorporada em um algoritmo de Inteligência Artificial”, explica Ripoli. Baseado em arquitetura nativa na nuvem (Cloud Based Architecture), o SmartAcqua oferece a mais moderna tecnologia para que as empresas de saneamento – privadas e públicas – consigam implementar a solução de forma rápida, sem precisar investir em infraestrutura de TI, com acesso por qualquer dispositivo móvel, como tablets, smartphones e notebooks, e preparada para os sistemas operacionais Windows, IOS e Android.

Características do Software

Hélio Samora explica que a solução utiliza informações de campo obtidas por meio de sensores, algoritmos de Inteligência Artificial e cálculos estatísticos avançados para detectar perdas de água na rede de abastecimento ou nos pontos de consumo (como residências e empresas). Dentre as principais funcionalidades do SmartAcqua destacam-se: processamento, organização e exposição dos dados comerciais conforme o perfil do cliente; diagnóstico das perdas comerciais de água, a partir de conceitos e algoritmos específicos, atualizados e aprimorados no dia a dia de acordo com a evolução das informações de campo; identificação e priorização da viabilidade econômica de ações de combate a perdas comerciais de água por consumidor; interpretação dos dados, cálculo e detecção do potencial de perdas físicas e comerciais de cada cidade, bairro e consumidor, também gerando alertas; diagnóstico de perdas físicas por extrapolação, com base na inteligência do software; organização, processamento, controle e gestão das ordens de serviços operacionais; auditoria da qualidade dos processos, com melhoria contínua; retroalimentação em campo do algoritmo de IA para melhorar o desempenho das ações de combate à perdas de água; geração de relatórios gerenciais para análise das perdas nos níveis macro e micro, e análise de retorno financeiro das ações de combate às perdas.

Segundo Ripoli, já estão sendo realizados projetos-piloto em algumas cidades do interior de São Paulo e as perspectivas de novos negócios são animadoras. “Muitas empresas da área de saneamento só adquirem produtos e serviços que realmente cumprem o que prometem. O SmartAcqua nasceu com esse conceito, de ser eficaz de fato na gestão de perdas de água, trazendo resultados efetivos para os usuários”, destaca.

Por essa razão, Samora acredita que a comercialização da solução será impulsionada nos próximos anos. “Todas as empresas, públicas e privadas, para as quais apresentamos o SmartAcqua ficaram impressionadas com as funcionalidades da solução e com os resultados que poderão obter ao implementá-la”, afirma o empresário. Ripoli complementa, lembrando que outros fatores também influem para que as empresas estejam mais atentas a essa questão, como, por exemplo, o fato de que a água potável está escassa em várias regiões, por inúmeras razões como o aumento populacional, as variações climáticas, os altos índices de poluição dos rios e do meio ambiente e a falta de investimentos que acompanhem a demanda de consumo de água potável. É importante considerar ainda que os serviços de coleta e tratamento de água e dos esgotos estão intimamente ligados à saúde e melhoria da qualidade de vida das pessoas, especialmente das crianças. Segundo informações do Ministério da Saúde, em 2017 foram registradas mais de 258 mil internações por doenças relacionadas à água no país. Uma gestão mais eficiente pode contribuir para reduzir esses índices.

Perdas de Água

Ripoli destaca que, na prática, se fossem recuperadas 50% das perdas de água no Brasil, ou seja, trazendo as perdas a patamares aceitáveis de 20%, os potenciais resultados ao país poderiam ser:

– Se a água que se perde por vazamentos fosse recuperada, haveria quantidade de água suficiente para abastecer 37,5 milhões de brasileiros consumindo 150 litros de água por dia. E concomitantemente, se a água que os consumidores utilizam fosse corretamente medida e faturada, em termos de valores seriam acrescidos R$ 8 bilhões ao ano de receita.

às empresas de saneamento básico, que poderiam ser investidos na qualidade e universalização dos serviços de água e esgoto;

– Se a água fosse poupada nos mananciais haveria recuperação de R$ 1,7 bilhão ao ano em custos operacionais para a produção de água (somente relativos à energia elétrica e produtos químicos); e ainda o volume de esgoto gerado e a ser tratado seria diminuído em 2 bilhões de m³ ao ano.

Poderia haver outros ganhos recorrentes como na saúde pública, com a diminuição de doenças relacionadas à água e esgoto; equilíbrio econômico das empresas de saneamento básico; recuperação da receita sobre a água consumida; otimização de investimentos na produção de água e tratamento de esgoto; potencialização das empresas de saneamento básico para realizar investimentos na universalização dos serviços de água e esgoto, o que resultaria na melhoria na qualidade dos serviços prestados, na cobrança justa pela água consumida e na prática de tarifas adequadas.

“A gestão eficiente permite racionalizar os investimentos na produção de água e tratamento do esgoto, e ainda contribui para otimizar o consumo de energia elétrica e insumos, possibilitando o combate ao obsoletismo dos equipamentos e às fraudes”, enfatiza Ripoli. Ele destaca ainda que a modernização da gestão de distribuição da água com a adoção de uma solução eficaz, sistemática e definitiva possibilita também a melhoria da gestão ambiental no que se refere à preservação dos mananciais hídricos e do meio ambiente