Valor Econômico
30/11/2020

Por Mariana Ribeiro

Dados são do Ministério da Economia, que diz que, apesar de queda ante 2019, cifra no ano já supera 2017, até agora o de maior volume

As emissões de debêntures incentivadas somaram R$ 4,5 bilhões em outubro, informou nesta segunda-feira o Ministério da Economia. Com isso, atingiram R$ 21 bilhões no ano, valor 32,04% menor que o verificado no mesmo período do ano passado, de R$ 30,9 bilhões.

“O volume, no entanto, já supera as emissões do ano de 2017 – até então, o terceiro ano de maior volume de emissão de debêntures – na casa de 129,72%. Isso evidencia um movimento de recuperação do volume de emissões das debêntures”, diz a pasta. No ano, foram R$ 14,7 bilhões em debêntures incentivadas de infraestrutura e R$ 6,3 bilhões nas de investimento.

O prazo médio das emissões vem apresentando tendência de alta desde 2016, atingindo 11,8 anos no acumulado de 2020, segundo o ministério. A remuneração média das debêntures foi de IPCA + 5,3% ao ano, superior à remuneração média verificada em 2019, de IPCA + 4,7% ao ano, e inferior à média estabelecida em 2018, de IPCA + 6,6%.

Além disso, no mês de outubro as debêntures incentivadas apresentaram giro de 3,2% do estoque, contra 3,8% das não incentivadas.

Na distribuição setorial de infraestrutura, predomina o setor de energia, com 65% das emissões no ano. É seguido pelos setores de saneamento e transporte/logística, que alcançaram, respectivamente, 20% e 15% das emissões no período.

A demanda por fundos de infraestrutura decresceu fortemente no ano, diz o ministério. Em outubro, foi registrado total de 122.388 cotistas, contra 179.228 em dezembro de 2019, uma saída de 56.840 cotistas. Em relação ao mês anterior, houve uma saída líquida de 1.518 cotistas.

As debêntures incentivadas se relacionam a projetos de investimento em geral e especificamente a projetos na área de infraestrutura definidos como prioritários. Elas usufruem de benefícios tributários e constituem um mecanismo de funding de longo prazo, via mercado de capitais, em alternativa às fontes tradicionais de financiamento.