Estadão
02/01/2020

Por Fernanda Guimarães

O ano começará movimentado na bolsa brasileira e as ofertas de ações no primeiro bimestre podem chegar em R$ 30 bilhões. Se confirmado o valor, representará o melhor início de ano da história. O volume bilionário ficará por conta, principalmente, de duas ofertas “jumbos” encabeçadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que quer dar ritmo ao processo de enxugamento de sua carteira de ações. A primeira, já em janeiro, será a venda de metade da fatia que o banco detém no frigorífico JBS, uma operação que deverá atingir R$ 8 bilhões. Para fevereiro, está no cronograma a venda de um lote das ações ordinárias que o BNDES possui na Petrobrás, que valem R$ 24 bilhões.

Força. Haverá na Bolsa, ainda, ofertas que vão além das vendas do BNDES. Ainda para o início do ano, quatro companhias já estão com pedidos de registro para sua abertura de capital junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM): a empresa de sites Locaweb, a Companhia de Água e Saneamento do Ceará e as construtoras Mitre e Moura Dubeux. Essas ofertas são esperadas para ocorrerem até fevereiro. O setor de construção, que marcou as ofertas subsequentes em 2019 deve ainda se manter presentes nas captações em marcou as ofertas subsequentes em 2019, deve ainda se manter presentes nas captações em bolsa neste ano. Para 2020, a previsão é de que, incluindo as ofertas subsequentes (follow ons) e iniciais, o volume alcance os R$ 120 bilhões, marcando novo recorde para o mercado de renda variável no Brasil.

Janeiro quente. Tradicionalmente fraco para ofertas de ações, este mês de janeiro será diferente em 2020, com executivos do mercado já alterando o período de férias do calendário. O janeiro mais forte da bolsa brasileira até aqui foi em 2017, quando quatro ofertas de ações somaram R$ 2,4 bilhões.